Degraus de ônibus em Belém não têm altura padrão

Situação dificulta a vida de quem precisa usar o transporte público na capital. Altura padrão já foi adotada em várias outras capitais brasileiras

Notícias
 

Fonte: G1  |  Autor: G1  |  Postado em: 30 de outubro de 2015

Degraus muito altos dificultam a vida do usuário

Degraus muito altos dificultam a vida do usuário

créditos: G1

 

Os degraus dos ônibus que circulam em toda a região metropolitana de Belém não possuem um padrão na altura. A irregularidade complica a vida de quem precisa usar o transporte público na capital. A aposentada Maria Eunice, de 83 anos, tem problema de coluna e precisa ir várias vezes ao médico. Ela depende de transporte público, e enfrenta dificuldades quando precisa subir no ônibus. "Quando tem pessoa para me auxiliar é bom, mas quando não tem".

 

Outros passageiros reclamam que sentem dores ao subir e descer dos ônibus. "Tem ônibus que é mais alto e é difícil para subir, porque eu tenho dor no joelho", afirmou a dona de casa Maria Quaresma. "É muito alto o degrau, tanto o de lá debaixo para cima e para a gente descer também", reclama a agricultora Maria de Nazaré.

 

A questão está justamente na altura dos ônibus em relação ao nível do chão. Um simples movimento de entrar e sair do veículo equivale a um exercício físico, só que feito de forma errada. Em algumas capitais brasileiras, a altura dos degraus dos coletivos já foi padronizada. Em Porto Alegre, esse número ficou em 40 centímetros para embarque e desembarque de passageiros.

 

Os coletivos que circulam na RMB ainda não seguem esse padrão. Segundo a Superintendência de Mobilidade Urbana de Belém (Semob), a altura dos degraus depende do modelo de cada veículo. Ao visitar a garagem de uma empresa de ônibus, a equipe de reportagem da TV Liberal constatou que há os mais variados tamanhos de veículos. Em um, a altura do primeiro degrau era de 40 cm, em outro de 35 cm.

 

O ortopedista José Guataçara flagrou um degrau de quase 50 centímetros de altura em um ônibus da capital, enquanto segundo ele, o ideal seria de 20 cm. "As pessoas que têm problemas articulares de coluna e joelho são aquelas que mais sofrem, as pessoas idosas sofrem mais ainda. E as pessoas que têm problema de joelho, são idosas e obesas, há uma sobrecarga. Essa sobrecarga vai antecipar cada vez mais essas lesões de joelho e elas vão sentir dor".

 

A arquiteta e urbanista Maria do Socorro afirma que a prefeitura de Belém deveria fazer a padronização da altura dos degraus para se adequar a política nacional de mobilidade urbana. Ela diz ainda que as calçadas também precisariam ser alteradas e os rodoviários deveriam parar próximo ao meio fio. "Tem que haver um estudo para adequar esses ônibus para que os passageiros, tanto na subida quanto na descida, possam ter segurança, que é um dos princípios dessa política nacional".

 

A Semob informou que, com o BRT, haverá uma altura padrão nesses degraus, porque os ônibus vão parar em estações, como nos metrôs. A Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb) disse que as calçadas devem obrigatoriamente seguir o nível da rua, tendo como base o meio fio.

 

Leia também:

Governo do Pará apresenta projeto do BRT para engenheiros e arquitetos

Nova ciclofaixa em Belém (PA) recebe sinalização

Cultura Ciclística em Belém (PA)

 


  • Compartilhe:
  • Share on Google+

Comentários

Nenhum comentário até o momento. Seja o primeiro!!!

Clique aqui e deixe seu comentário