Como serão as ferrovias do futuro?

Viagens rápidas, transporte de cargas automatizado, manutenção de ferrovias por drones, trens de operação remota... Estudo traz previsões do setor ferroviário

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Fonte: Brasil Ferroviário/ Mobilize (edição)  |  Autor: Lucas Evaristo  |  Postado em: 24 de agosto de 2021

Contêineres

Contêineres "flutuam" em pista do sistema Bögl na Alemanha

créditos: TSB Cargo

A presença das novas tecnologias, viabilizadas por sistemas como o 5G, levanta especulações sobre o que estaria por vir em termos de aplicações em trens e ferrovias. São inúmeras as novidades, entre elas projeta-se a possibilidade de realizar viagens sem bilhetes, transporte de cargas automatizado, drones de manutenção (preventiva e corretiva), sistema maglev aplicado a cargas, operação de trens de forma remota, trens ultrarrápidos e operações sem maquinista (driveless). 

 

A empresa de engenharia de projetos Arup publicou o relatório “Future of Rail 2050”, trazendo previsões do setor ferroviário para as próximas décadas.

 

Os especialistas da Arup basearam a análise em tendências mundiais como crescimento da população urbana, alterações climáticas, chegada do 5G e também outras novas tecnologias, além de informações sobre os diversos projetos de ferrovias da própria companhia.

 

O relatório prevê a manutenção preventiva das linhas ferroviárias por drones autônomos, trens sem condutor viajando com segurança em alta velocidade, cargas enviadas automaticamente ao seu destino e uma tecnologia inteligente projetada para melhorar a experiência do passageiro e permitir viagens sem bilhetes (algo próximo do último ponto já é aplicado em alguns países da Europa).

 

Os avanços tecnológicos também serão vitais para melhorar a experiência do usuário, fornecendo informações precisas do trajeto em tempo real, e permitindo acesso ininterrupto ao trabalho e ao entretenimento durante a viagem através de redes de internet sem fio (Wireless e/ou 5G).

 

Para fazer frente ao aumento da frequência de eventos climáticos extremos, o relatório avalia futuras técnicas de construção e manutenção, prevendo que robôs inteligentes irão construir novas e modernizar antigas infraestruturas ferroviárias. Além disso, aborda questões como a melhoria e a difusão de sistemas de direção automática nos trens, o que vai otimizar ainda mais o tempo das viagens e pode acabar com os atrasos.

 

Inovações tecnológicas previstas no relatório da Arup. Imagem: Future of Rail 2050/ Reprodução

 

Mobilidade urbana

O estudo também analisa a forma como transporte de cargas terá lugar acima do solo (via plataformas elevadas), muito abaixo dele (em túneis no subsolo), ou mesmo através de uma nova geração de dirigíveis. 

 

Ricardo Pittella, diretor da Arup no Brasil, afirma que “em 2050, cerca de 75% da população mundial viverá em cidades, o que nos obriga a repensar questões como a mobilidade urbana. É exatamente aí que vemos a oportunidade de um maior crescimento do transporte ferroviário, especialmente no Brasil, acompanhado das melhorias trazidas pela tecnologia”.

 

Sobre o MagLev (trem de levitação magnética), a companhia TSB Cargo está testando o equipamento para o transporte de cargas em uma pista de 860m em Sengenthal, na Alemanha. Além de seu uso no transporte local de passageiros, a tecnologia de levitação magnética, excepcionalmente silenciosa e eficiente empregada no Sistema de Transporte Bögl (TSB) totalmente automatizado, também permite que o sistema sirva como uma alternativa de economia de espaço e baixa emissão para o frete rodoviário. 

 

O sistema opera em ciclos de 20 segundos, atingindo velocidades de até 150 km por hora, podendo movimentar até 180 contêineres/hora de forma individual e totalmente elétrica.

 

Logística

Uma pista de demonstração de 120 metros, com switch (dispositivo de interconexão de equipamentos dentro de uma mesma rede), está atualmente sendo construída para o Congresso Mundial ITS deste ano em Hamburgo. Entre 11 e 15 de outubro de 2021, os visitantes poderão assistir às operações de transferência dos caminhões para o sistema TSB Cargo e experimentar sua operação de baixo ruído no local do evento. A pista formará a base para a aplicação da tecnologia na vida real na indústria de logística.

 

Entre as aplicações potenciais do sistema TSB Cargo estão a distribuição de mercadorias entre centros logísticos movimentados, por exemplo terminais portuários ou conexões do interior com os chamados portos secos. Com os caminhões a diesel atualmente movimentando a maior parte do transporte de contêineres individuais, a mudança para um sistema totalmente elétrico, como o TSB Cargo, poderá reduzir os volumes de carbono na cadeia de transporte e aliviará a pressão na infraestrutura portuária.

 

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