Prefeitura do Rio reassume serviço do BRT e vai licitar a operação

Decreto de caducidade do contrato de concessão foi publicado nesta quinta (17). Sistema está sob intervenção desde março de 2021, devido ao mau serviço prestado

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Fonte: Agência Brasil  |  Autor: Akemi Nitahara/ Agência Brasil  |  Postado em: 17 de fevereiro de 2022

Ônibus do BRT transportam atualmente 248 mil pesso

Ônibus do BRT transportam atualmente 248 mil pessoas por dia

créditos: Fernando Frazão/Agência Brasil

A prefeitura do Rio de Janeiro publicou hoje (17) no Diário Oficial do município o decreto de caducidade do contrato de concessão do sistema de BRT da cidade. Agora, o contrato, assinado em 2010, fica parcialmente extinto e o serviço público é devolvido ao controle do município. O sistema está sob intervenção da prefeitura desde março do ano passado.

 

O sistema de Transporte Rápido por Ônibus, ou Bus Rapid Transit (BRT), foi inaugurado em 2012 com o corredor TransOeste, que liga os bairros de Santa Cruz e Barra da Tijuca. Os outros dois corredores da cidade são o TransCarioca, inaugurado em 2014, e a TransOlímpica, que entrou em funcionamento em 2016. O sistema conta com uma frota de ônibus articulados que circulam em corredores segregados.

 

De acordo com a prefeitura, a ação foi motivada pelo descumprimento de obrigações contratuais de prestação de um serviço de transporte público adequado por parte dos concessionários. Atualmente, o BRT transporta 248 mil pessoas por dia.

 

Ainda segundo a prefeitura, a intervenção no BRT foi feita após a constatação de problemas tais como: frota abaixo do determinado, manutenção precária e sucateamento do sistema, além de 46 estações fechadas.

 

Segundo o prefeito Eduardo Paes as tratativas para resolver o problema de outra forma não avançaram: “Esse é um passo que nenhum governante gosta de tomar. Acreditamos que esse sistema de ônibus deve ser operado pelo setor privado por meio de uma concessão. Mas o que acompanhamos nos últimos anos foi um profundo desrespeito ao cidadão. Vemos esse sofrimento todo dia pela cobertura da imprensa e pelas reclamações que recebemos. Buscamos um diálogo, que não houve, e isso nos levou à intervenção e, agora, à cassação dessa concessão”, declarou.

 

O sistema será gerido temporariamente pela empresa pública Mobi.Rio, criada em dezembro, até que uma nova licitação seja feita. A diretora-presidente da Mobi.Rio, Cláudia Secin, informou que o processo deve começar no próximo mês.

 

“A missão da Mobi.Rio é operar o sistema BRT da melhor forma possível, até que chegue a nova frota e um novo concessionário. Durante a intervenção, recuperamos uma centena de articulados, reabrimos as 46 estações que estavam fechadas e, no total, já reformamos 61. Continuaremos trabalhando incansavelmente para a melhoria do transporte. A população pode ter certeza que vamos devolver um sistema digno para quem usa o BRT”, afirmou Secin.

 

Segundo a secretária municipal de Transportes, Maína Celidonio, a pasta continuará responsável pelo planejamento do sistema mesmo após a definição do operador do BRT.

 

Ela explica que serão feitas três licitações: “Uma é a da compra da frota. Amanhã (18), vamos fazer [uma] audiência pública sobre a concessão da operação do BRT, esperando publicar esse edital no final de março. E, por fim, a licitação da bilhetagem será publicada na semana que vem. Com essas três licitações, esperamos inaugurar um novo modelo de gestão do BRT, oferecendo um serviço de qualidade à população”, informou a secretária.

 

De acordo com Celidonio, o processo é demorado tanto pelas questões jurídicas como pelo tempo necessário para produzir os ônibus.

 

Novos ônibus

A licitação para a compra de 307 ônibus foi publicada na segunda-feira (14), para entrega dos veículos em outubro. Ao todo, a prefeitura pretende adquirir 557 novos ônibus para substituir aos poucos a frota atual. Os 250 ônibus restantes serão licitados no segundo semestre.

 

A reportagem da EBC tentou contato com a concessionária Sociedade BRT Rio S/A, mas não obteve retorno.

 

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