Carros autônomos buscam ocupar o lugar do transporte público

Empresa nos EUA desenvolve rede de carros autônomos capaz de transportar até 10.800 pessoas/hora, sem emissão de carbono. Proposta é avaliada em San José, na Califórnia

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Fonte: Showmetech  |  Autor: Victor Pacheco/ Showmetech  |  Postado em: 31 de maio de 2022

Carros solicitados por app irão até o passageiro

Carros solicitados por app irão até o passageiro

créditos: Reprodução

Com planos para colocar sua rede de carros autônomos de forma gratuita a cidadãos de todo o mundo, a empresa Glydways, sediada no Vale do Silício, vem buscando fazer parcerias com governos locais, inicialmente nos Estados Unidos. A ideia, que pressupõe realizar o transporte sob demanda, atualmente está sendo avaliada pelo governo da cidade de San José, na Califórnia, por exemplo.

 

Segundo Mark Seeger, fundador da Glydways, a proposta de facilitar o transporte público utilizando os pequenos carros autônomos pode servir como alternativa aos ônibus, trens e metrôs do nosso dia a dia. O propósito é permitir que pessoas solicitem viagens via aplicativo e os carros autônomos se locomovam até os locais onde elas se encontram.

 

Os modelos são dotados de painéis solares no teto dos veículos, para permitir zero emissão de carbono e, de acordo com o próprio diretor da empresa, gerar mais energia do que consomem. 

 

Outro detalhe importante: não há possilibidade de compartilhar a viagem com mais um passageiro, mesmo no caso de alguém que esteja se dirigindo ao mesmo destino do solicitante. No site oficial, a resposta para a pergunta sobre viagens compartilhadas foi clara: “Não. Nunca". Ao que parece, o novo veículo não pretende ser "sociável".  

 

Viagens não serão compartilhadas. Imagem: Reprodução/Internet

 

Prontos para viagens

Quando conseguir tirar a ideia do papel, a companhia deseja criar uma grande rede que conectará todos os carros autônomos como uma grande rede mesh [conexão de wi-fi de longo alcance]. Dessa forma, será possível criar um novo ecossistema de transporte que poderá “conversar entre si”. Segundo a Glydways, a expectativa do serviço é transportar 10.800 pessoas por hora, capacidade semelhante ao dos transportes públicos tradicionais.

 

Os carros da empresa contam com nível 5 de autonomia e a ideia é criar um sistema 100% fechado, que permitirá controle total. Além do rastreio, que pode ser útil para corrigir possíveis falhas, este mesmo sistema permitirá o aprimoramento do serviço para que cada vez mais pessoas sejam transportadas.

 

Os sensores dos carros autônomos foram programados para evitar qualquer tipo de colisão, seja com cercas, animais, barreiras ou pessoas, garante o site do produto. O custo para tirar a ideia do papel também chama atenção: para cada milha — equivalente a 1,6 km — em que um passageiro for transportado, a empresa estima que será necessário fazer um investimento de apenas US$ 25 centavos — ou R$ 1,17 em conversão direta.

 

Projeção gráfica dos carros autônomos da Glydways. Imagem: Reprodução

 

Custos 

Os custos por cada milha, ou 1,6 km, também são mais baixos em relação a projetos de metrôs, argumenta-se. Estudo realizado pelo Eno Center for Transportation calcula que cada milha (do total de 9,3 milhas) da linha B do metrô de Toulouse, na França, custou US$ 176 milhões (R$ 829 milhões, em conversão direta).

 

A linha Verde do metrô de Houston (EUA), com extensão de 3,2 milhas, teve um custo de US$ 223 milhões ou R$ 1,05 bilhão por cada milha. Para tirar a ideia do sistema de carros autônomos do papel, a Glydways estima que serão necessários “apenas” US$ 20 milhões ou R$ 94,20 milhões por milha.

 

Expectativa

No momento, a empresa se esforça por conseguir convencer uma cidade a investir nos seus carros autônomos. Para que o veículo possa entrar em operação, pequenos testes foram realizados em cidades dos EUA como Fort Lauderdale e Pittsburgh, e a Glydways também participa de um processo de licitação em San José, na Califórnia, para levar pessoas do centro ao Aeroporto Internacional Mineta San Jose.

 

A porposta, no entanto, ainda encontra resistências de muitos administradores locais que a consideram ainda muito conceitual, ou mesmo insegura. 

 

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