Linhas privatizadas transportam menos, mas ganham 4 vezes mais que Metrô e CPTM

Dados obtidos pelo UOL e divulgados ontem (27) revelam: repasses do governo de SP a concessionárias chegaram a R$ 2 bi, enquanto públicas receberam R$ 460 mi em 2022

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Fonte: Carta Capital/ UOL  |  Autor: Carta Capital  |  Postado em: 28 de novembro de 2023

Metrô e trem em SP: repasses desiguais

Metrô e trem em SP: repasses desiguais. Por quê?

créditos: Fernando Frazão/ Agência Brasil

O governo de São Paulo priorizou o repasse de verba pública para empresas privadas responsáveis por linhas de trem e metrô na capital.

 

Segundo dados obtidos e divulgados pelo UOL nesta segunda-feira (27), as concessionárias ViaMobilidade e a ViaQuatro receberam juntas R$ 2 bilhões para transportar cerca de 500 milhões de passageiros no ano passado. Enquanto isso, Metrô e CPTM carregaram mais que o dobro — 1,23 bilhão de passageiros — mas ficaram só com R$ 460 milhões no mesmo período.

 

Os recursos dizem respeito à arrecadação do Bilhete Único, principal fonte de receita tarifária para as operadoras desse tipo de transporte. Ao todo, em 2022, o valor arrecadado chegou a R$ 7 bilhões.

 

Assim que qualquer pessoa carrega o cartão para a passagem, o dinheiro segue para uma conta única do governo. No final do mês, o montante é repassado na seguinte ordem pelo Convênio de Integração Operacional e Tarifária: 


SPTrans (responsável pelos ônibus, controlada pela prefeitura paulistana), com 58%; 

Grupo CCR (das empresas ViaMobilidade e ViaQuatro), com R$ 10 milhões por dia; 

Metrô e CPTM (empresas públicas), com o restante do valor.

 

Antes das últimas concessões à ViaMobilidade, em 2018, o Metrô e a CPTM receberam R$ 1,8 bilhão.

 

Sem transparência

Não se sabe o motivo pelo qual as empresas privadas têm prioridade nos repasses, uma vez que são responsáveis pela menor quantidade de linhas e de passageiros transportados.

 

A Secretaria dos Transportes Metropolitanos do governo alega que disponibiliza “compensações tarifárias” às públicas desde o ano passado. O Metrô recebeu R$ 291 milhões extras e a CPTM, R$ 235 milhões.

 

O monitoramento de todos os repasses e contratos é de responsabilidade da Secretaria de Parcerias em Investimentos, do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos). A pasta pretende privatizar todos os trilhos até o fim do mandato, em 2026.

 

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