Em São Paulo, última área verde às margens do Pinheiros pode desaparecer

Disputa por remanescente de área verde às margens do Rio Pinheiros segue aquecida. Movimentos organizam Audiência Pública.

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Fonte: Movimento Parque Jurubatuba  |  Autor: Du Dias/Portal Mobilize  |  Postado em: 20 de outubro de 2025

Ao invés de parque, prefeitura quer carros na marg

Ao invés de parque, prefeitura quer carros na margem do rio

créditos: Movimento Parque Jurubatuba

A última área verde às margens do rio Pinheiros aonde não existem vias expressas para o trânsito de automóveis tem sido objeto de disputa entre a Prefeitura Municipal e movimentos sociais. Enquanto o executivo quer ampliar as vias Marginais, cidadãos, especialmente da Zona Sul da capital, somados a urbanistas e ambientalistas, lutam pela transformação da área em um parque público.

 

Conforme noticiou o Mobilize em matéria de janeiro de 2024, a região é uma Zona Especial de Proteção Ambiental (ZEPAM), ou seja, uma área destinada à preservação e proteção do patrimônio ambiental, que tem como principais atributos: remanescentes de mata atlântica e outras formações de vegetação nativa; arborização de relevância ambiental; vegetação significativa; alto índice de permeabilidade e existência de nascentes.

 

Em meados de 2024, no entanto, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou a fase final da Operação Urbana Águas Espraiadas (OUCAE), que regulava as áreas do entorno da Avenida Roberto Marinho e da Marginal Pinheiros. O encerramento da operação permite que o território seja regido por um zoneamento comum da cidade, após anos de embates e controvérsias.


Se for implementada, a nova marginal terá aproximadamente 8 km, ligando a Ponte Transamérica à Ponte Vitorino Gular, próxima à estação Autódromo da CPTM. O projeto inclui o alargamento de vias já existentes, a construção de três faixas de rolamento e a criação de acessos e retornos para facilitar a conexão com a Avenida Interlagos, a Ponte do Socorro e outras vias locais.

 

Tudo isso em uma cidade já saturada de carros, onde rios e córregos estão quase completamente canalizados, encobertos ou até soterrados; onde já existem 17 mil quilômetros de vias pavimentadas; baixíssima permeabilidade do solo; um sistema pobre de drenagem de águas das chuvas e cada vez menos cobertura vegetal. Mesmo que não venha a resolver os problemas de deslocamento da população, como nos mostram as intervenções na Rodovia Castello Branco e pista central da Marginal do Tietê, por exemplo, parte da população local ainda defende o projeto.


Para tentar preservar o pouco que resta da mata ciliar do rio Pinheiros, bem como promover mais qualidade de vida urbana e preservação ambiental, o movimento Parque Jurubatuba irá promover no dia 1 de novembro uma Audiência Pública pela criação de um parque linear na última área verde sem avenida nas margens do Rio Pinheiros. Além disso, tramita na Câmara Municipal de São Paulo, um projeto de lei, de autoria do vereador Toninho Vespoli, criando o Parque Jurubatuba. (PL158/2024).


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