Na virada do século XIX para o XX, a cidade de Belém, impulsionada pelo ciclo da borracha, recebeu o carinhoso apelido de Paris das Américas. De grande influência sobre as elites econômicas da época, o estilo francês ajudou a moldar a cultura, a gastronomia, a moda e a arquitetura da capital paraense. A Basílica de Nazaré, o Theatro da Paz, a Praça da República, a Praça Batista Campos e o Quartel do Corpo de Bombeiros são bons exemplos da influência da Bella Epoque no Norte do Brasil.
Pouco mais de 1 século depois, a cidade que recebe nesta semana a 30ª Conferência do Clima terá mais uma pitada da França em sua história: um acordo de cooperação bilateral assinado pela prefeita de Paris, Anne Hidalgo e o prefeito de Belém, Igor Normando (MDB) para intercâmbio de experiências com o objetivo de tornar ambas cidades mais sustentáveis e resilientes. A parceria foi assinada entre a Prefeitura de Belém, a Prefeitura de Paris e o Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e a Energia.
De acordo com Normando, Belém teria mais interesse nas políticas parisienses para a arborização e transporte. Já a prefeita Anne Hidalgo afirmou que as soluções para as cidades globais só avançarão se forem construídas nas cidades em meio à diversidade e que têm muito a aprender com Belém e a Amazônia neste sentido. O acordo assinado no último sábado (09) mira, de forma prioritária, a mobilidade verde, a requalificação urbana e a valorização do patrimônio histórico.
A prefeita de Paris tem se notabilizado por sua liderança em sustentabilidade urbana e enfrentamento à crise climática, seja na restrição de automóveis no centro da cidade, no estimulo ao transporte público, ao transporte ativo e por ter mergulhado no rio Sena para provar que era possível realizar as provas aquáticas das Olimpíadas em suas águas.
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