Uma coligação internacional reunindo grupos e movimentos de luta pela mobilidade ativa, com atuação em diversos países, o Brasil inclusive, há uma década participa da reunião anual do clima, a COP. Nesta 30ª edição do evento ambiental, que ocorre entre os dias 10 a 21 de novembro, em Belém (PA), a parceria PATH (Partnership for Active Travel and Health) traz na bagagem um apelo aos governos nacionais para que assumam um compromisso real com a caminhada e o ciclismo, entendidos como soluções eficazes diante dos desafios climáticos, de saúde e de equidade enfrentados pelas cidades.
Na carta, assinada por 180 organizações de 47 países e seis continentes, a PATH apela para que os governos ali representados se juntem à iniciativa de integrar a caminhada e o uso de bicicletas nas suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) - que são compromissos assumidos pelos países sob o Acordo de Paris para reduzir emissões de gases de efeito estufa e se adaptar aos impactos das mudanças climáticas, e que devem ser comunicadas e atualizadas a cada cinco anos.
Como explica a nota no site da organização Transporte Ativo, que é uma parceira da PATH nessa ação, a coalizão realizou pesquisas que mostram que, atualmente, dois terços dos países têm políticas de mobilidade ativa - é o caso de países como Brasil, Camboja e Lesoto. Mas, diz o texto, os compromissos atuais muitas vezes não vêm alcançando os objetivos necessários para garantir que atendam ao imperativo climático. Assim, novas políticas deverão ser pensadas, com metas e financiamentos que permitam promover experiências de caminhada e uso de bicicletas mais seguras, limpas e agradáveis.
Na COP30
A PATH estará representada na reunião do clima em Belém por Laurianne Krid, da Federação Europeia de Ciclistas, e Bronwen Thornton, da Walk21. As duas ativistas participarão dos seguintes eventos da COP: Avançando a mobilidade urbana sustentável - mostra de resultados e soluções (dia 13); Qualidade do ar, saúde e clima - dados e apoio filantrópico conectando agendas-chave (dia 14); Desbloqueando o financiamento para o transporte de baixo carbono (14); A nova ambição do transporte para as NDCs 3.0 (14); Caminhando e pedalando para a resiliência climática (14); Mobilidade ativa para menor emissão de carbono (15); De soluções e resultados à ampliação da implementação da mobilidade de baixo carbono – foco em ferrovias, transporte público e mobilidade ativa (15).
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