Ciclistas vão às ruas de várias cidades protestar por mais segurança no trânsito

Ciclistas de várias cidades brasileiras realizaram ontem (6) uma manifestação para pedir mais atenção dos governos às bicicletas como meio de transporte

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Fonte: Agência Brasil  |  Autor: Alex Rodrigues  |  Postado em: 07 de março de 2012

'Bicicletada Nacional' reuniu ciclistas na Avenida

'Bicicletada Nacional' reuniu ciclistas

créditos: Rafael Sampaio/G1

O objetivo é exigir mais segurança no trânsito por meio de ações como a construção de ciclovias e a realização de campanhas educativas para sensibilizar os motoristas e os ciclistas sobre seus direitos e deveres previstos no Código de Trânsito Brasileiro.

 

As manifestações começaram ás 19h e envolveram as cidades de Aracaju (SE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Campo Grande (MS), Caxias do Sul (RS), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Gramado (RS), Laranjeiras do Sul (PR), Londrina (PR), Manaus (AM), Maringá (PR), Natal (RN), Parnamirim (RN), Ponta Grossa (PR), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Lourenço (MG), São Luís (MA), São Paulo (SP), Timbó (SC) e Vitória (ES).

 

Chamada de Bicicletada Nacional, a iniciativa é uma ampliação dos passeios que grupos realizam semanalmente em cidades de todo o país e foi desencadeada depois que ao menos menos três ciclistas perderam a vida, atropelados em apenas um dia.

 

Na última quinta-feira (2), a bióloga Juliana Dias, 33 anos, foi atropelada por um ônibus quando transitava pela Avenida Paulista, em São Paulo, uma das mais conhecidas vias do país. No mesmo dia, pelo menos mais dois ciclistas também morreram atropelados.

 

O mecânico Hélio Nunes da Costa, 43 anos, foi atingido por um carro ao tentar atravessar a BR-316, na região metropolitana de Belém (PA) e a poucos metros de uma passarela de pedestres. A terceira morte foi registrada no Riacho Fundo (DF).

 

Somente na capital paulista, 439 ciclistas morreram no trânsito entre 2005 e 2010, segundo dados da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

 

Aracaju

Bicicletada faz manifesto contra violência no trânsito

 

Uma manifestação de caráter nacional levou ciclistas aracajuanos às ruas na noite desta terça-feira, 7. Os integrantes do ato protestaram contra as mortes de usuário de bicicleta ocorridas nos últimos dias pelo país – entre as vítimas, está José Adilson do Santos, atropelado na avenida Marechal Rondon, em São Cristóvão, no último sábado, 3.

 

O grupo se reuniu no mirante do calçadão do bairro 13 de Julho e seguiu em direção à Maechal Rondon, onde uma ghost bike – bicicleta pintada de branco em memória a um ciclista morto no trânsito – foi fixada no lugar onde José Adilson sofreu o acidente.

 

A paulista Aline Cavalcante participa do movimento de Bicicletada de São Paulo e, visitando parentes em Aracaju, resolveu apoiar a edição local do protesto. “As pessoas estão comovidas e preocupadas com o caminho que o trânsito brasileiro está tomando. Daqui a pouco sou eu, é o pedestre, um cadeirante. Então, antes que chegue a nossa vez de ser vítima, a gente está se mobilizando nacionalmente para ganhar voz”, explicou a manifestante, que perdeu a amiga Juliana Ingrid Dias na última sexta-feira, 3. Juliana trafegava de bicicleta na avenida Paulista, uma das principais vias da metrópole do Sudeste, quando foi atropelada por um ônibus e morreu.

 

De acordo com Aline, cerca de 40 cidades do Brasil estão participando do ato – várias delas com o emprego de ghost bikes. “É uma homenagem a pessoas que perderam suas vidas em função de uma pressa, de uma intolerância, de uma falta de respeito com o outro”, comentou. Para a ciclista, existe uma inversão de prioridades no trânsito do país. “O espaço é exagerado para quem tem carro e pouco para quem anda de ônibus, para quem caminha na calçada. No Brasil se dá muito valor a quem tem dinheiro. Essa é uma causa não só para o ciclista, mas para os cidadãos”, expôs.

 

Brasília

Ciclistas de Brasília fazem bicicletada e pedem segurança no trânsito

Agência Brasil

 

Mais de 50 ciclistas se reuniram em frente ao Museu e à Biblioteca Nacional, na Esplanada dos Ministérios, no começo da noite dessa terça-feira (6), para protestar por mais segurança nas ruas. A manifestação ganhou força nas redes sociais e teve eventos simultâneos em diversas cidades do país.

 

Sem destino certo, os ciclistas brasilienses saíram às 19h40 e, com placas e cartazes, pediram medidas contra a violência no trânsito e campanhas educativas direcionadas aos motoristas. "Bicicleta não polui", "Bicicleta é amor" e "Menos carros, mais bicicletas", protestaram.

 

O gerente comercial Ricardo Vieira Nunes, 38 anos, ficou sabendo da manifestação pela internet. Ele utiliza a bicicleta como meio de transporte somente aos fins de semana e considera o movimento importante. "O trânsito está muito violento e o motorista tem que se conscientizar da existência da bicicleta. As ruas estão cada vez mais pesadas e a bicicleta é uma das soluções", acredita. "Aqui em Brasília, a segurança ainda é muito pouca e não temos ciclovias suficientes, por isso não me arrisco durante a semana. Pedalo menos do que gostaria", completou Nunes.

 

Cuiabá

Ciclistas protestam e participam de Bicicletada Nacional em Cuiabá

 

Ciclistas da Grande Cuiabá se reuniram na noite desta terça-feira (6) para participar de um protesto nacional contra as mortes no trânsito. Acidentes estão ocorrendo em todo o país e eles cobram políticas públicas para evitar os constantes atropelamentos dos usuários de bicileta. A manifestação, chamada de Bicicletada Nacional, ocorre em pelo menos 25 cidades brasileiras, de norte a sul do país.

 

Em Cuiabá, o grupo se reuniu na Praça 8 de Abril por volta das 20h e partiu para a Avenida Lavapés, iniciando o trajeto. A cicloativista Malu Brandão, de 37 anos, destacou que a intenção é percorrer 10 quilômetros entre as principais vias da capital. “Precisamos de mais segurança para praticar esta atividade. Corremos riscos todos os dias e por conta da falta de investimentos”, pontuou.

 

Segundo ela, o ato foi uma resposta às mortes de pelo menos três ciclistas na última sexta-feira (2). Uma das vítimas foi atropelada por um ônibus na Avenida Paulista, em São Paulo. Já outros dois ciclistas morreram atropelados no mesmo dia, em Brasília e em Belém.

Policiais Militares acompanharam a manifestação, monitorando o trânsito. Cerca de 30 cicloativistas iniciaram o trajeto que também incluía as Avenidas Isaac Póvoas, Getúlio Vargas, Prainha e outras.

 

Curitiba

Ciclistas pedem respeito em manifestação pela cidade

 

Aproximadamente 700 ciclistas participaram, na noite de ontem, de protesto contra a violência contra os ciclistas no trânsito. O movimento, denominado Bicicletada, aconteceu em 38 cidades do país (11 capitais) e também  na Venezuela. Em Curitiba, a rota iniciou no pátio da reitoria da Universidade Federal do Paraná e percorreu as principais ruas da cidade. O protesto aconteceu depois da morte de cinco ciclistas na semana passada. Os acidentes aconteceram em São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Pernambuco e no Distrito Federal. 

 

A falta de segurança no trânsito nos levou a fazer esse protesto. "Tivemos cinco mortes de ciclistas na semana passada e queremos paz no trânsito. Isso nos chamou a atenção e decidimos  essa convocação para alertar as autoridades e a população para o risco de acidentes", disparou o funcionário público federal e membro do movimento, José Carlos Belotto.

 

Em Curitiba, o protesto teve apoio da Ciclo Iguaçu (Associação dos Ciclistas do Alto Iguaçu), criada há; um ano e meio. É uma manifestação legítima e queremos mostrar que a bicicleta é um meio de transporte. As mortes mostram o planejamento precário das cidades, que não levam em consideração os ciclistas, disse o presidente da Ciclo Iguaçu, Jorge Brand. 

 

O Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran) não conseguiu levantar os dados de acidentes com ciclistas registrados na cidade por problemas no sistema de dados, que estava fora do ar. Os acidentes ocorridos com ciclistas são atendidos também pela Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran). Segundo o delegado Armando Braga, os principais registros de mortes envolvendo ciclistas acontecem nas rodovias.

 

João Pessoa

Bicicletada na Paraíba reúne cerca de 300 ciclistas pela paz no trânsito

 

Seguindo a tendência do resto do Brasil, João Pessoa sediou pela segunda vez a manifestação denominada Bicicletada na noite desta terça-feira (6). Em um ato público pedindo consciência em relação à violência no trânsito contra as bicicletas, cerca de 300 ciclistas da capital paraibana partiram do Busto de Tamandaré para orla seguindo até a Avenida Ruy Carneiro, de onde pedalaram até a Lagoa, no Centro da cidade, e voltaram para a praia pela Avenida Epitário Pessoa, chegando novamente ao ponto de partida.

 

A Bicicletada é uma movimentação nacional que tem como intuito apoiar o crescimento e a valorização da bicicleta como meio de transporte diário. O manifesto apoia o uso do veículo de duas rodas por não ser poluente e ser de grande ajuda nos congestionamentos.

 

Os manifestantes portavam cartazes, faixas e panfletos protestando contra o número elevado de mortes de ciclistas no trânsito e cobrando mais eficiência às políticas públicas de mobilidade. A organização Massa Crítica explicou que o passeio foi feito "em busca de uma sociedade mais pacífica e humana".

 

Manaus

Manaus adere ao movimento ‘Bicicletada Nacional’

 

Devido ao número de mortes de ciclistas registrado nas últimas semanas no Brasil, mais de 30 cidades resolveram organizar nesta terça-feira (06) a manifestação intitulada de “Biciletada Nacional” para chamar a atenção do poder público. Em Manaus, cerca de 300 pessoas devem participar do movimento que terá concentração a partir das 19h, no Parque dos Bilhares, Zona Centro-Sul e que depois seguirá para o Largo de São Sebastião, no Centro.

 

“Os motoristas precisam respeitar o ciclista e entender que a bicicleta também é um meio de transporte que segue o código brasileiro de trânsito. Hoje vamos chamar a atenção do poder público quanto à responsabilidade pela segurança dos ciclistas, criação de ciclovias e sinalização de rotas”, comentou Ricardo Braga Neto – Saci, coordenador do Movimento ‘Pedala Manaus’.

 

Vale lembrar que o fato da capital amazonense não possuir ciclovias não impede que os ciclistas andem pelas ruas.

 

“Não há nada que proíba as pessoas de pedalarem pelas ruas da cidade, porém elas precisam seguir algumas regras, como andar no mesmo sentido dos carros e ao lado direito da pista. Já os motoristas precisam reduzir a velocidade ao se aproximarem dos ciclistas, além é claro de manter uma certa distância para evitar acidentes”, completou Saci.

 

O ‘Pedala Manaus’ que tem como objetivo conscientizar os ciclistas em relação ao trânsito da capital existe há dois anos. Com passeios urbanos as terças e quintas-feiras, o grupo ensina como as pessoas precisam se comportar durante as pedalas.

 

“Trabalhamos com pessoas experientes e com iniciantes também é importante frisar que não podemos pedalar sem capacete e sem as luzes que identificam a bicicleta no trânsito (branca na frente e vermelha atrás), nós também recomendamos que as pessoas usem luvas.

 

Além das dicas de segurança, durante os encontros, que acontecem no Parque dos Bilhares, os ciclistas também recebem orientações sobre os deveres e direitos no trânsito.

 

Porto Alegre

Centenas de ciclistas participam de Bicicletada Nacional em Porto Alegre

 

Cicloativistas e simpatizantes de Porto Alegre participaram na noite desta terça-feira (6) de uma manifestação nacional em protesto contra a morte de ciclistas no trânsito e em defesa de políticas públicas para os usuários de bicicleta. A manifestação, chamada de Bicicletada Nacional, ocorre em pelo menos 25 cidades brasileiras, de norte a sul do país.

 

Na capital gaúcha, o grupo partiu por volta das 19h30min do largo Zumbi dos Palmares, na Cidade Baixa, sem divulgar antecipadamente o trajeto. A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) acompanhou o passeio, monitorando o trânsito. Segundo a Brigada Militar, cerca de 400 pessoas, de todas as idades, participaram da pedalada.

 

Há um ano, no Zumbi dos Palmares, um grupo foi atropelado pelo motorista Ricardo Neis enquanto participava de uma bicicletada.

Dos atingidos, 17 ficaram feridos. Desde então, o Massa Crítica ganhou uma forte adesão em Porto Alegre, reunindo mensalmente centenas de ciclistas, que cobram mais investimentos principalmente em ciclovias, já que a cidade tem apenas 8 km espalhados pelas ruas. Na noite de hoje, o protesto, que durou mais de uma hora, teve gritos bem humorados, cartazes e a presença de diversas crianças acompanhadas dos pais.

 

De acordo com os organizadores, o ato também foi uma resposta às mortes de pelo menos três ciclistas na última sexta-feira (2). Uma das vítimas foi a bióloga Juliana Dias, atropelada por um ônibus na Avenida Paulista, em São Paulo. Outras dois ciclistas também morreram atropelados no mesmo dia, em Brasília e em Marituba, na Região Metropolitana de Belém.

 

Salvador

Protesto reúne 100 pessoas em Salvador

A edição de Salvador da Bicicletada Nacional contou com aproximadamente 100 pessoas da Massa Crítica. Os ciclistas se encontraram no bairro do Rio Vermelho e depois seguiram para o Jardim de Alah pela orla marítima. Há 10 dias, a capital baiana também teve um acidente com morte de um ciclista. Segundo o engenheiro Clement Vialle, que integra o movimento de Salvador, o objetivo do grupo é chamar a atenção para as bicicletas como meio de transporte e não apenas diversão, além de cobrar políticas públicas para os ciclistas.

 

Vitória

Capixabas fazem 'bicicletada' contra violência no trânsito

 

Muita criatividade marcou a edição nacional da Bicicletada em Vitória, na noite desta terça-feira (6). Os 60 ciclistas que participaram do evento, segundo a Guarda Municipal, pedalaram com bexigas pretas em sinal de luto pela morte de uma ciclista na última sexta-feira (3), na Avenida Paulista, em São Paulo. Com cartazes e apitos, eles protestaram contra a falta de segurança para trafegar com bicicletas na capital do Espírito Santo. O grupo saiu da Praça dos Namorados, na Praia do Canto, com destino à Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

 

Algumas pessoas apareceram com bicicletas de vários tipos, como o professor Emanuel Faveri, que desenvolveu um sistema que o protege do sol e da chuva enquanto pedala."Uso bicicleta para tudo, então fiz uma cobertura, usando um material sintético, que pode me proteger da chuva, e principalmente do sol escaldante de Vitória. E como não temos muita segurança para andar de bicicleta, só ando de capacetes e outros equipamentos de segurança", disse.

 

Há também quem confecciona a própria bicicleta, é o caso de Dora Moreira, designer de bicicletas, e organizadora do evento. "Gosto muito de pedalar, então eu mesmo confecciono os modelos, procuro os materiais e faço minha bicicleta, mais no estilo clássico, bicicletas que lembram o passado", conta. Segundo ela, o intuito do evento é de conscientizar a população capixaba. "Há um desrespeito mútuo entre ciclistas, pedestres e motoristas. É preciso que respeitem a distância mínima entre carros e bicicletas e a rua é de todos, por isso também temos direito a trafegar nas ruas, queremos que as pessoas se conscientizem disso", afirma.

 

Ciclistas de várias idades

Entre os participantes da Bicicletada em Vitória, a maioria absoluta era de jovens, mas crianças e idosos também marcaram presença. "Só trabalho de bicicleta, vou para todos os lugares assim. É mais saudável, rápido e prazeroso", disse o bancário Lúcio Faler, de 59 anos. O gerente de transportes, Milton Maia, de 55 anos, também se juntou aos jovens.

 

Trajeto seguro

Durante o percurso, os ciclistas percorreram as vias da cidade utilizando a faixa da direita, e sendo escoltados por motos e um carro da Guarda Municipal de Vitória. Um carro de som também acompanhou a bicicletada. De acordo com a Guarda Municipal, a escolta é feita para dar mais segurança aos participantes e não complicar o trânsito dos carros.

 

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