Ciclistas percorrem a América Latina em missão de solidariedade

Mexicano e a argentina deixaram o México sobre suas bicicletas em busca de disseminar projeto de solidariedade e sustentabilidade. Niterói esteve no roteiro da dupla

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Fonte: O Fluminense  |  Autor: Da redação  |  Postado em: 26 de novembro de 2013

Niterói é a 20ª cidade do Brasil visitada pelo cas

Niterói é a 20ª cidade do Brasil visitada pelo casal

créditos: Reprodução

 

No século XIX o renomado escritor francês Júlio Verne publicou um de seus romances mais famosos: “Volta ao Mundo em 80 dias”. Um conto movido pela necessidade de um homem de provar que naquela época era possível realizar uma travessia global em um curto espaço de tempo. E, se “a vida imita a arte” – frase proferida por outro grande escritor, o irlandês Oscar Wilde – a história de um casal de ciclistas, que decidiu sair do México e percorrer toda a América Latina, não por uma motivação pessoal, mas em missão de solidariedade e sustentabilidade, merece um capítulo especial nas páginas da realidade. E Niterói foi uma das cidades que testemunharam a jornada latino-americana de perto.

 

Osvaldo Ferrari Hemann, mexicano de 38 anos, e María Jimena Maciel, argentina de 31, deixaram uma vida para trás a fim de pedalar em prol de um objetivo filantrópico: alertar a todos os governantes latinos sobre a necessidade da preservação dos povos indígenas (com foco principal na cultura Maia) e a utilização da bicicleta como meio de transporte ecologicamente correto. A tour foi batizada de “Dos Ruedas Por Mi Gente” (Duas Rodas Por Meu Povo, em português) e teve início em 2011. Dois anos se passaram desde a saída da Cidade do México, capital mexicana, aproximadamente 30 mil quilômetros já foram percorridos e 15 países visitados. A estimativa para a conclusão da jornada é de 18 nações visitadas e aproximadamente 42 mil quilômetros percorridos no retorno ao ponto de partida, que deve ocorrer no fim de 2014.

 

“Essa ideia surgiu há dez anos, no México. Eu queria dar a volta ao mundo de bicicleta, mas por questões econômicas eu e Jimena decidimos ficar aqui na América Latina. O importante, para nós, é estar pedalando por uma causa, porque a nossa ideia é criar escolas ecológicas para as crianças indígenas e disseminar a educação, que é algo que falta em toda a América Latina, e isso inclui o Brasil”, afirmou Osvaldo.

 

Entretanto, além do esforço grande pedalando com uma bagagem de cerca de 50kgs e encarando as mais variadas condições climáticas e até a altitude da Cordilheira dos Andes, pedalando a 5 mil metros acima do mar, muitas vezes, a ideia do casal não é bem recebida pelas autoridades, que são o foco principal do projeto da dupla.

 

“No Peru e na Bolívia, por exemplo, os governantes não deram muita atenção às nossas ideias e são países com uma cultura indígena muito forte. Mas a verdade é que muitos deles estão cansados de serem ludibriados pelas promessas dos políticos”, revelou María. 

 

A chegada ao Brasil foi, curiosamente, no último dia 7 de setembro, data especial para a historia do País e dois meses e alguns dias depois, pedalando através de cartões-postais, como as Cataratas do Iguaçu, e encarando desafios, como a grande ladeira entre Angra e Trindade, na Costa Verde do Rio de Janeiro, chegaram a Niterói.

 

“Pensamos que fosse uma cidade menor, mas ela é grande e muito bonita, estamos adorando nossa passagem por aqui”, explicou Osvaldo, que afirmou que o idioma diferente nunca foi um problema. “É muito tranquilo porque quando falamos com calma todos entendem. Além disso o povo brasileiro é muito bom. Se você vai em algum lugar e as pessoas são boas, o lugar, por mais longe, mais precário, torna-se bom”.

 

Dando continuidade a missão de apresentar seu projeto aos políticos das cidades que visitam, Osvaldo e María Jimena tentaram agendar uma reunião com representantes da Neltur (Niterói Empresa de Lazer e Turismo), porém não houve possibilidade de um encontro entre as partes.

 

Sonho – Além de seguir em busca do ideal de um futuro melhor para os países latino-americanos, a chegada de Osvaldo e María Jimena ao Brasil também reviveu um antigo desejo do mexicano. Osvaldo revelou que sonha em ter um encontro com o lutador Rodrigo Minotauro, ex-campeão do UFC.

 

“Assim com o Chaves no Brasil, lá no México o Minotauro é um ídolo”, disse, em bom humor. “Prometi aos mexicanos de que eu iria tentar falar com ele para abraçar a nossa ideia. O que dizem é que ele é mal dentro do ringue, mas fora dele é uma pessoa espetacular”, finalizou. Porém, segundo a assessoria do lutador, Minotauro atualmente está fora do Rio, resolvendo questões profissionais.

 

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