Calçadas de Salvador são um convite ao desastre

Quem se aventura pelas calçadas da capital baiana tem que enfrentar buracos, lixo e até mesmo sofás

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Fonte: Tribuna da Bahia  |  Autor: Carlos Vianna Junior  |  Postado em: 11 de dezembro de 2013

Montanha de lixo aguarda os pedestres na esquina

Montanha de lixo aguarda os pedestres na esquina

créditos: Reprodução

 

Para conseguir caminhar nas calçadas de Salvador, os pedestres precisam ter equilíbrio e muita atenção. Além da degradação do piso, há também lixo e carros estacionados nelas. A Avenida Djalma Dutra é um exemplo. Um sofá toma conta do passeio, obrigando as pessoas a caminharem no meio da rua junto aos carros. No Barbalho existe uma calçada “assassina”. Caminho para gente de todas as idades e até para deficientes visuais que vão para o Instituto de Cegos da Bahia, os pedestres precisam de atendimento médico muitas vezes depois de utilizá-la. “Cai velho, jovem e cegos. Já levei algumas das vítimas para o Insbot”, conta Esmeraldo Santos.

 

Há mais de uma década vendendo bananas ao lado do Colégio ICEIA, Santos conta que pelo mesmo período de tempo vem auxiliando pessoas vítimas dos buracos e desníveis da calçada que cobre o quarteirão onde fica o antigo colégio. “Faz pena quando são velhos ou cegos, mas muita gente jovem tropeça também. Por ser mais jovem não se machucam, mas os velhos e cegos geralmente vão ao chão”, conta. Ele acrescenta que algumas vezes consegue avisar aos pedestres para terem cuidado, evitando acidentes. “Mas o problema se estende por todo quarteirão. A sorte é que tem o Insbot aqui perto”, acrescenta, se referindo à clínica ortopédica do Barbalho.

 

Raul do Espírito Santo, morador do bairro há 70 anos, é uma das vítimas. Ele conta que tropeçou no desnível causado pela raiz de uma árvore e ralou o joelho. “Isso é uma vergonha e não é só aqui; em muitos locais do bairro é melhor andar na rua do que na calçada, o perigo é menor”, relata com o bom humor de quem aprendeu a viver com as adversidades. “Eu dou risada, mas a coisa é séria”, acrescenta.

 

Se na parte da frente do colégio a situação leva as pessoas a caírem, na parte traseira a calçada não serve nem para andar. “As pessoas andam pela rua. A calçada não tem buracos, ela é um buraco. Além disso, os motoristas a usam como estacionamento”, conta Marilia Silva, vendedora ambulante que trabalha na área do colégio há quase uma década. Moradora da comunidade conhecida como Palestina, próxima ao bairro de Valéria, cuja história se inicia com uma favela, ela dá uma informação que demonstra o quanto o antigo bairro do Barbalho está necessitando de atenção. “Na Palestina as calçadas são melhores”, conta.

 

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