A cada 2 dias, em média, uma pessoa morre atropelada em Manaus

Foram 31 mortes até fevereiro, em Manaus, mais que todo o ano de 2013. Devido aos acidentes, velocidade na faixa azul do corredor de ônibus é rebaixada a 50 km/h

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Fonte: D24AM  |  Autor: Gisele Rodrigues  |  Postado em: 16 de março de 2015

Motorista que passar de 50 km/h no corredor pagará

Motorista que passar de 50 km/h no corredor pagará multa

créditos: Divulgação/Semcom

 

Até fevereiro deste ano, 31 pessoas morreram atropeladas, em Manaus. Em média, uma vítima fatal a cada dois dias. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP), o número é superior a todo o ano de 2013, quando foram registrados 21 casos de vítimas fatais; e representa 38% das vítimas de atropelamento registradas no ano passado (82).

 

A SSP também realiza o registro de acidentes não fatais, em que a vítima do atropelamento sofreu apenas lesões corporais.  Conforme os dados do órgão, até fevereiro 2015, 41 pedestres ficaram lesionados após colidirem com veículos na capital. Em todo ano passado, 283 pessoas ficaram na mesma situação.

 

Para a gerente de educação para o trânsito do Departamento de Trânsito do Amazonas (Detran-AM), Mitza Brasil, o número expressivo de acidentes envolvendo pedestres nos primeiros dois meses na capital deve-se à "falta de conscientização do pedestre". 

 

Dois atropelamentos com morte ocorreram na avenida Constantino Nery, zona centro-sul, e vitimaram o aposentado Orinaldo Ferreira Lima, de 59 anos, atropelado na manhã do sábado (7) por um ônibus do Bus Rapid System (BRS); e o médico urologista João Leandro de Oliveira, de 69 anos, atropelado na faixa azul da avenida Constantino Nery. Perguntada se a nova sinalização não teria influenciado nos acidentes, a gerente do Detran-AM disse não acreditar nessa hipótese.

 

De acordo com ela, o principal motivo para os crescentes casos de atropelamento é o fato de os pedestres estarem se arriscado cada vez mais durante a travessia nas ruas e avenidas. “É imprudência mesmo, independente da faixa azul. A negligência dos pedestres com sua própria segurança é enorme. Eles acham que vai dar tempo de atravessar, que é só correr. É claro que uma pista exclusiva vai desenvolver uma velocidade maior, mas isso já foi divulgado na mídia, eu não acho que a faixa esteja causando os acidentes”, disse Mitza Brasil.

 

O trabalho de conscientização, segundo Mitza, é constante. O Detran procura escolas e empresas, segundo ela, com o intuito de conscientizar crianças e adultos. “Trabalhamos nas escolas e nas empresas diariamente, palestras com teatro de fantoche e a travessia está no foco da segurança do usuário do trânsito e da peça educativa”, disse.

 

Ela ressalta ainda que o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) prevê, no artigo 69, a penalidade para o pedestre que se arrisca na travessia de ruas e avenidas, mas, segundo a gerente de educação para o trânsito, diferente do aplicado em cidades como São Paulo, no Amazonas a lei ainda não foi regulamentada para que multas em dinheiro pudessem ser aplicadas. 

 

“O código prevê essa multa, e em São Paulo já colocam em prática. Às vezes os pedestres não querem dar uma volta a mais para uma faixa de segurança, e acabam fazendo a travessia embaixo da passarela”, criticou.

 

Faixa azul

Após os recentes acidentes, o corredor exclusivo de ônibus na avenida Constantino Nery passou a ter a velocidade máxima de 50 km por hora (antes, o limite era 60 km/h). De acordo com o Instituto Municial de Engenharia e Fiscalização do Trânsito (Manaustrans) a medida é específica na faixa azul e “visa garantir mais segurança viária”.

 

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