China planeja produzir barcos e vagões no Rio de Janeiro

Além das ferrovias, foram citados a ampliação de embarcações de transporte de passageiros em mercados como a Amazônia e o Rio da Prata

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Fonte: A Cidade/Estadão Conteúdo  |  Autor: Antonio Pta e Vinicius Neder  |  Postado em: 21 de maio de 2015

Primeiro ministro chinês em visita ao Rio de Janei

Primeiro ministro chinês em visita ao Rio

créditos: Fabio Motta/Estadao

 

Após anunciar um pacote com 35 acordos e intenções de investimento no país, o primeiro ministro chinês, Li Keqiang, indicou que pretende instalar no Rio de Janeiro linhas de montagem e centros de manutenção das fabricantes de trens e embarcações chinesas. Os empresários já estariam estudando terrenos para os projetos, mas não há estimativa de investimentos ou prazos.

 

O premier classificou os acordos como "cooperação de capacidade produtiva entre dois gigantes emergentes" e avaliou que o Brasil "avançará mais rapidamente" com equipamentos e infraestrutura chineses.

 

As propostas de investimentos ainda estão sendo discutidas pelas empresas com o governo do Rio e não há uma estimativa de investimentos. O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) ofereceu incentivos fiscais às empresas chinesas, e disse esperar que o Estado seja "a capital da China no Brasil". Ele também apresentou aos investidores, bancos e empresas, projetos de parcerias público-privadas (PPPs) a serem lançadas até o fim do ano.

 

Nesta quarta-feira (20), a comitiva de políticos e empresários chineses se reuniu com o governo em jantar oferecido no Palácio Guanabara, na zona sul. Representantes das empresas já visitaram possíveis áreas para as unidades: um terreno para manutenção de trens, em Deodoro, e um estaleiro em Niterói, para reparos em embarcações de passageiros. Além dos investimentos em transporte, o governo negocia oportunidades nas áreas de saneamento e tecnologia.

 

"Gostaríamos de instalar no Brasil linhas de produção para criar mais empregos e facilitar a construção e manutenção desses equipamentos", afirmou Li em visita ao Rio. "Os dois países têm alcançado importantes consensos para cooperação de capacidade produtiva. São dois países emergentes, dois gigantes que com certeza vão obter sucesso", completou.

 

Contratos

As empresas chinesas já têm contratos com os consórcios que operam o metrô e os trens urbanos no Rio para o fornecimento de mais de 100 trens, além de licitações para construção de sete balsas para a travessia Rio-Niterói. Além dos projetos em andamento, o governador tirou da gaveta empreendimentos ainda em estudo para negociar com as empresas chinesas, como a Ferrovia Rio-Vitória, linha de 577 km entre os portos das duas capitais, que faz parte do Programa de Investimentos em Logística (PIL).

 

"Mostramos esse potencial para estabelecermos parceria em novas linhas de metrô, o potencial de parcerias que temos de PPPs. Estou otimista, acho que vai sair do papel", completou Pezão, após o encontro. "Esperamos contar com o Banco de Desenvolvimento da China (BDC) para viabilizar projetos nas áreas de saneamento e banda larga", disse.

 

Prioridades

Além das ferrovias, foram citados como prioridades a ampliação no País da presença de embarcações chinesas de transporte de passageiros, de olho em mercados como a Amazônia e o Rio do Prata, no centro-sul do País. "Para nós, a melhor opção seria a vinda das empresas em parceria com estaleiros locais", disse o secretário de transportes, Carlos Osório.

 

Apesar da sinalização a favor de investimentos em produção local, o vice-presidente da CNR, Yu Weiping, foi menos assertivo sobre as parcerias. O executivo ressaltou que os objetivos da empresa são ampliar presença no mercado nacional, melhorar os serviços e a entrega dos produtos, sinalizando que investimentos em fábricas dependeriam da demanda. "Se continuarmos a desenvolver mais projetos, temos planos para continuar a fazer serviços aqui, entregar nossos produtos e serviços", afirmou Yu. Hoje, a CNR tem 52 empregados chineses no Brasil, trabalhando nos dois projetos que a companhia tem no País, ambos encomendas do governo do Rio.

 

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