No Rio, nenhuma outra obra de mobilidade será entregue até o fim de 2016

Apesar do transporte público ter sido aprovado durante a Olimpíada, projetos que ainda estão em andamento só ficarão prontos a partir de 2017

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Fonte: CBN  |  Autor: Arthur Neto  |  Postado em: 25 de agosto de 2016

Obras do BRT Transbrasil só devem terminar em 2017

Obras do BRT Transbrasil só devem terminar em 2017

créditos: Divulgação / Odebrecht

 

Mesmo com o sucesso da operação do transporte público durante a Olimpíada, o Rio ainda espera a conclusão de obras de mobilidade importantes. Mas nenhuma delas tem previsão para terminar este ano. Com 50% das construções concluídas, o BRT Transbrasil, que irá de Deodoro até o Centro, pela Avenida Brasil, ainda vai passar por períodos complexos.

 

A instalação de viadutos na região do Caju, na Zona Norte, e a ligação da Avenida Brasil com o Centro vão impactar bastante o trânsito da cidade. Segundo a prefeitura, pontos críticos como a pavimentação das vias e a instalação das bases das estações já foram realizados. A obra foi interrompida durante o período olímpico e será retomada após o término da Paralimpíada. A previsão é de que o BRT fique pronto no fim de 2017.

 

Apesar da longa espera até a inauguração, a engenheira Kellen Marques espera reduzir o tempo de viagem até o Centro da cidade em 50 minutos. Atualmente, Kellen demora uma hora e meia utilizando trem e ônibus. Moradora da Baixada Fluminense, ela espera gastar 40 minutos até o trabalho.

 

'Esse percurso, normalmente, faço em até 2h, porque pego trem e metrô para chegar ao Centro. Com o Transbrasil, acho que em 40 minutos eu consigo chegar', diz a engenheira.

 

O professor da Coppe/UFRJ Ronaldo Balassiano acredita que trajeto do BRT, mesmo que paralelo ao sitema de trens, vai complementar o serviço ferroviário. Para ele, é importante que se mantenha a ideia inicial de integração com outros meios de transporte, como o VLT.

 

'Por mais que alguns especialistas afirmem que não faz sentido ter um corredor paralelo à linha do trem, eu acho que não existe competição entre os dois modais. Vai existir uma complementaridade. Você vai fazer com que as pessoas cheguem a uma área central do Rio e poderão integrar com o metrô e com o VLT', aponta Ronaldo Balassiano.

 

Já no Centro da cidade, o VLT surgiu com a promessa de desafogar o trânsito na região a um custo de aproximadamente UM bilhão de reais. Planejado para ser entregue no primeiro semestre de 2016, o Veículo Leve Sobre Trilhos funciona atualmente da Rodoviária até o Aeroporto Santos Dumont.

 

Para o fim deste ano, a Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto prevê a inauguração de mais um trecho: Central do Brasil - Praça XV. Segundo o professor da Uerj e especialista em transportes Alexandre Rojas, só a chegada do VLT não será capaz de melhorar o trânsito na região.

 

'A maior dificuldade não é sair da rodoviária e chegar ao Centro. Uma alternativa discutida há muito tempo é mudar o lugar da rodoviária e dividi-la em outros lugares. Enquanto não resolver a chegada de ônibus ali na região, vai ter engarrafamento', afirma o especialista.

 

Em 2017, está prevista a conclusão do trecho da Avenida Marechal Floriano. O valor executado da obra, até agora, é de R$ 340 milhões, do total de R$ 532 milhões provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento. O restante é fruto de uma Parceria Parceria-Público privada.

 

Na Zona Sul, a construção da estação Gávea do metrô já sofreu pelo menos dois adiamentos. Prevista para ficar pronta a tempo da Olimpíada, a obra precisa R$ 489 milhões para ser concluída. Segundo a Secretaria Estadual de Transportes, o novo prazo para o término é 2018. O presidente da Associação de Moradores do bairro, René Hasenclever, afirma que os ônibus que fazem o linha do metrô da superfície não suprem as necessidades da região.

 

'O morador da Gávea quer ansiosamente andar de metrô e deixar o carro em casa. Metrô na superfície é uma alternativa frustrante', critica René.

 

Na orla, as obras de reconstrução da Ciclovia Tim Maia terminaram. Segundo a Secretaria Municipal de Obras, no entanto, a liberação da via depende de estudos que medem as ondas e o nível do mar. Mas a análise não pode ser feita em épocas de ressaca. Em maio deste ano, um trecho da estrutura desabou com fortes ondas e duas pessoas morreram.

 

Já os bondes de Santa Teresa, que tiveram as obras paralisadas de 2011 a 2015 após um acidente com seis mortos, receberam investimentos de cerca de R$ 60 milhões. O valor total da obra é de R$ 125 milhões e a previsão é de que o trecho até o Largo das Neves seja concluído em dezembro de 2017. Os bondes circulam atualmente entre o Largo da Carioca e o Largo dos Guimarães.

 

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