Brasilia Para Pessoas

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fevereiro
Publicado por Brasília no dia 06 de fevereiro de 2019

Desde terça-feira (29/1) a Yellow começou a atuar em Brasília com serviço de bicicletas e patinetes elétricos compartilhados sem estação para retirada e devolução. O serviço está disponível, inicialmente, no Plano Piloto e em Águas Claras, dentro da área de abrangência mostrada no aplicativo (ao final do texto há imagens da área de cobertura).

O preço é R$ 1,50 a cada 10 minutos para as bikes e R$ 3,50 o desbloqueio + R$ 0,50 a cada minuto de uso do patinete.

As bikes estarão disponíveis inicialmente em pontos privados parceiros e poderão ser usadas todos os dias da semana, 24 horas por dia, devendo ser estacionadas depois em qualquer lugar dentro da área de atuação da empresa, em locais onde o estacionamento de bicicletas é permitido (paraciclos e vagas comum de veículos, perpendicularmente ao sentido da via).

Já os patinetes estarão disponíveis todos os dias da semana das 8 às 20 horas em um dos 40 pontos parceiros. A Yellow disponibiliza todas as manhãs os patinetes nesses locais; já o usuário pode encerrar a corrida em um desses pontos ou em qualquer local da área de atendimento, contanto que tome cuidado para não atrapalhar o fluxo de pedestres. No final do dia, a Yellow recolhe os patinetes para recarga, manutenção e limpeza. E na manhã seguinte os disponibiliza novamente para uso nos pontos privados.

É interessante conhecer um pouco mais das bicicletas públicas, cuja história é sintetizada no Guia de Planejamento de sistemas de bicicletas compartilhadas, do ITDP*. A origem remonta à Holanda: em 1965, quando um vereador de Amsterdã propôs a distribuição gratuita de bicicletas padronizadas (pintadas de branco) com o intuito de diminuir a circulação de carros na área central. A proposta original não foi implementada, mas apoiadores do vereador espalharam 50 bicicletas brancas pela cidade, que acabaram apreendidas pela polícia.

Os sistemas modernos de bicicletas compartilhadas – com estações pela cidade e uso de cartões eletrônicos – surgiram na França em 2001. Lyon e, em seguida, Paris tiveram grande impulso no uso da bicicleta graças aos sistemas implantados. Segundo o guia do ITDP, em Lyon o uso das bicicletas compartilhadas aumentou em 44% no primeiro ano do Velo’v, o sistema local.

Atualmente mais de 400 cidades em todo o mundo
já possuem sistemas de bicicletas compartilhadas.

Elly Blue, ativista da mobilidade por bicicleta, comenta os impactos positivos dos sistemas no livro Bikenomics: “O efeito do lançamento de um novo programa de compartilhamento de bicicletas é instantâneo e transformador. Pedalar se torna um meio de transporte público; surgem grupos de pessoas que passam a usar a bicicleta para ir ao trabalho, turistas e entregadores que abrem espaços para si e para os outros nas ruas e, assim, produzem a visibilidade e a necessidade que deve estimular os gestores públicos a criarem ruas que sejam seguras e confortáveis para pedalar.”

Sistemas de bicicletas e patinetes compartilhados têm se disseminado nas grandes cidades, como São Paulo e Santiago, no Chile

Assim como o sistema de bicicletas compartilhadas com estação, o usuário das bicicletas amarelas precisa baixar o aplicativo. Os créditos para uso das bicicletas poderão ser comprados em dinheiro em bancas de jornal e lojas, entre outros estabelecimentos parceiros espalhados pela cidade, como lanchonetes, que vão receber o valor em espécie e transferir para o aplicativo do usuário, como já acontece com as recargas de celular. O usuário também poderá cadastrar um cartão de crédito no aplicativo.

A principal vantagem de um sistema sem estação é que as pessoas têm mais autonomia para deixar a bicicleta ou patinete em qualquer lugar, desde que seja adequado. A Yellow também introduz o patinete como outro modal de transporte. Por ser menor, o patinete traz mais facilidade na integração com outros modos de transporte.

Comparada com o sistema de bicicletas compartilhadas com estações, as amarelinhas são mais caras. Porém, os custos são menores comparados aos deslocamentos diários com carro (gasolina, seguro, manutenção, estacionamento, etc.), sem falar nos benefícios que a mobilidade ativa traz. Além disso, existe o incentivo da utilização responsável e o valor “da corrida” é também uma forma de subsidiar os custos de manutenção e recarga dos equipamentos de acordo com a distância de deslocamento.

Nós ficamos muito felizes com a chegada de mais uma alternativa modal para o deslocamento dos brasilienses. Que as amarelinhas consigam dar a autonomia necessária àqueles que buscam outras formas de transitar pela cidade.

Esperamos também que o poder público entenda a real necessidade de investir cada vez mais em ações humanizadoras – por exemplo, a redução do limite de velocidade – e em infraestrutura de boa qualidade voltada aos pedestres e aos adeptos da mobilidade ativa (calçadas, ciclovias, ciclofaixas e vagas para bicicletas) para que TODOS consigam ir e vir de forma mais equânime e saudável.

* O guia elaborado pelo ITDP (Instituto de Políticas de Transporte & Desenvolvimento) traz muitas informações sobre os sistemas de bicicletas compartilhadas e pode ser acessado no link: https://www.itdp.org/wp-content/uploads/2013/12/ITDP-Brasil_Guia-de-Planejamento-de-Sistemas-de-Bicicletas-Compartilhadas.pdf

 



Saiba mais sobre as bicicletas da Yellow
:

Para os interessados, o aplicativo pode ser acessado em: https://www.yellow.app/

Área de abrangência das bicicletas compartilhadas da Yellow em Brasília:


Plano Piloto

Águas Claras

 

As informações foram extraídas do próprio sítio eletrônico da Yellow e de um documento fornecido pela empresa em contato por e-mail.

 



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Uirá Uirá Lourenço
Morador de Brasília, servidor público, ambientalista e admirador da natureza, Uirá é um batalhador incansável pela melhoria das condições de mobilidade na capital federal. Usa a bicicleta no dia a dia há mais de 25 anos e, por opção, não tem carro. A família toda pedala, caminha e usa transporte coletivo. Tem como paixão e hobby a análise da mobilidade urbana, com foco nos modos saudáveis e coletivos de transporte. Com duas câmeras e o olhar sempre atento, registra a mobilidade em Brasília e nas cidades por onde passa, no Brasil e em outros países. O acervo de imagens (fotos e vídeos), os artigos e estudos produzidos são divulgados e compartilhados com gestores públicos e técnicos, na busca de um modelo mais humano e saudável de cidade. É voluntário da rede Bike Anjo, colaborador do Mobilize e membro da Rede Urbanidade.
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