Metrô e ônibus lotam no primeiro dia de relaxamento no Reino Unido

Transporte público lotado hoje (13) rende críticas ao premiê britânico Boris Johnson, que tenta corrigir falhas nas medidas de volta ao trabalho. Lições servem ao Brasil

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Fonte: CNN/ Mobilize  |  Autor: Mobilize Brasil/ CNN  |  Postado em: 13 de maio de 2020

Perigo: muitos sem máscara no metrô de Londres hoj

Perigo: muitos sem máscara no metrô de Londres hoje cedo

créditos: w8media

Imagens de trens lotados no metrô de Londres, na manhã desta quarta-feira (13), provocaram uma onda de críticas de passageiros e também de adversários políticos do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, à estratégia do governo para início do relaxamento gradual da quarentena contra a covid-19 no país.

 

As críticas a como o governo vem administrando a crise do coronavírus se intensificaram no último fim de semana, quando Johnson fez um discurso considerado confuso e aparentemente contraditório sobre como o retorno à normalidade deveria ocorrer. 

 

No discurso à nação, transmitido do Parlamento britânico no domingo, o primeiro-ministro pediu que "qualquer pessoa que não pudesse fazer seu trabalho em casa deveria ser ativamente incentivada a ir trabalhar", e ao mesmo tempo acrescentou que os trabalhadores "deveriam evitar o transporte público" porque haveria capacidade limitada nos trens. 

 

Johnson também sugeriu que as pessoas trabalhassem de carro, bicicleta ou a pé, se possível. Só que muitas pessoas entenderam que a volta ao trabalho se daria já no dia seguinte (segunda-feira), e o governo foi obrigado a se manifestar novamente para esclarecer que o relaxamento seria só a partir desta quarta-feira (13). A essa altura, outras nações do Reino Unido já pediam às pessoas para continuarem em casa.

 

Agora, depois que as fotos nas redes sociais mostraram plataformas e trens lotados, com pessoas sem máscaras, e também ônibus apinhados de gente, a sociedade britânica começa a ter dúvidas sobre como o premiê planeja levar o país de volta à normalidade sem causar uma segunda onda de infecções por coronavírus.

 

Em Londres, como em qualquer grande área urbana, muita gente trabalha no setor de serviços e muitos não têm seu próprio meio de transporte; portanto, as cenas de vagões lotados de metrô eram um tanto inevitáveis, sem que um planejamento mais aprofundado desta volta ao trabalho. E embora o governo ontem tenha aconselhado as pessoas a usarem máscaras em espaços fechados, elas não são obrigatórias. 

 

Não quero aglomerações, diz Johnson

Após a publicação nesta quarta-feira (13) das imagens de ônibus lotados em Londres no primeiro dia de um afrouxamento gradual da quarentena contra o coronavírus, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson foi ao Parlamento britânico e declarou: "Não quero ver aglomeração no trânsito ou no transporte público em nossa capital ou em qualquer outro lugar". Acrescentou ainda que as autoridades estão pedindo às pessoas que não viajem nos horários de pico e que mais trens deverão circular no sistema de metrô de Londres.

 

Planejamento necessário

O que ocorreu em Londres pode se repetir no Brasil pós-quarentena, inevitável pensar. No Brasil, a curva da pandemia não baixou ainda e em São Paulo, epicentro da crise no país, esta semana teve início um rígido rodízio de veículos. Ainda não se sabe se o resultado é suficiente para diminuir a circulação de pessoas, mas no metrô e nos ônibus essa ação gerou um efeito indesejável, o aumento de cerca de 15% no número de usuários, risco a que passageiros e funcionários não poderiam estar submetidos. Além disso, a liberação do rodízio aos trabalhadores em serviços essenciais só foi começar a ser emitida depois que a restrição entrou em vigor. 

 

Os problemas na Inglaterra e em outros países da Europa indicam que as ações, antes, durante e no pós-confinamento, não podem ser movidas a reboque dos problemas.  

 

Há tempos especialistas sugerem, para reduzir deslocamentos nas cidades, que seja feito o escalonamento do horário de trabalho, no comércio e setor de serviços. Além disso, trabalhadores informais, pessoas desempregadas, que não deveriam sair às ruas, há muito deveriam estar recebendo apoio financeiro regularmente. 

 

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