Autoridades da cidade de Nova York informaram nesta terça-feira (16) que 17,6 milhões de veículos a menos entraram na congestionada Manhattan desde janeiro, quando a cidade lançou seu programa de pedágio de congestionamento. Uma redução de 12%.
O programa, pioneiro nas grandes cidades dos EUA, cobra da maioria dos veículos de passeio um pedágio de US$ 9 durante os horários de pico para entrar em Manhattan ao sul da rua 60, em uma tentativa de reduzir o congestionamento e arrecadar fundos para melhorar o transporte público.
Juntamente com a redução do tráfego, também foram reduzidos em 15% os acidentes e lesões no trânsito na zona pedagiada. O número de passageiros em ônibus aumentou 13% e no metrô, 9%.
A governadora de Nova York, Kathy Hochul, e representantes da Autoridade Metropolitana de Transportes (MTA) disseram que os tempos de travessia para Manhattan na zona de congestionamento diminuíram, tornando a travessia da Ponte do Brooklyn 13% mais rápida, assim como a circulação no Túnel Holland (36% mais rápido) e no Túnel Lincoln (5% mais rápido).
Conforme os dados divulgados, os acidentes na zona de congestionamento de Manhattan diminuíram 14%, enquanto o número de passageiros nos transportes públicos aumentaram 13% em ônibus e 9% no metrô. A governadora afirmou que os recursos arrecadados com o programa permitirão o investimento de US$ 15 bilhões para melhorias no transporte público.
Resultados
O Departamento de Transportes dos EUA aprovou o programa de congestionamento em novembro de 2024, ainda sob o comando do presidente democrata Joe Biden. A aprovação do governo central é necessária porque envolve pedágios em trechos de rodovias federais. A medida foi duramente criticada pelo presidente atual, Donald Trump, que chegou a ameaçar o governo estadual caso as taxas não fossem eliminadas. Posteriormente, em uma reunião, a governadora Kathy Hochul apresentou os argumentos e os primeiros resultados conquistados com a adoção do pedágio, levando a administração Trump a recuar.
Esse tipo de pedágio não é uma ideia nova. Singapura, no Sudeste Asiático, começou a cobrar a taxa em 1975. Londres implantou o pedágio em 2003, seguida por Estocolmo e Gotenburgo (Suécia, em 2007) e Milão (Itália, em 2023).
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