A secretária Helena Maria, 71, passeava na avenida Paulista quando foi atingida em cheio por um rapaz que fazia manobras com um skate.
"Eu só não caí porque sou forte. Se fosse magrinha, ia para o chão com certeza." Ela sentiu dores após o acidente, mas não teve ferimentos graves.
A professora aposentada e advogada Ana Maria Rodrigues Alves, 72, também passou por apuros há duas semanas, ao sair de uma loja, mas por causa de ciclistas.
"O guidão da bicicleta de um rapaz bateu no meu braço. Quando ele passou, veio outro logo atrás dele. Quase que me atropela. Eu disse "Ei!". Então ele mostrou o dedo e me xingou."
Mas idosos reclamam que se sentem ameaçados --eles correm mais risco de sofrerem fraturas em quedas. Para o corretor de seguros aposentado Armando Crissiuma, 77, que anda na Paulista todos os dias, o acesso deveria ser proibido.
FALTA DE ESCOLHA
Skatistas e ciclistas contestam. Para o gerente comercial Diego Borba, 37, que anda de skate há 20 anos, o barulho alto do atrito das rodas é o que incomoda os pedestres.
Mas ele diz que costuma mudar o trajeto quando vê uma "cabeça grisalha".
Para Matias Mickenhagen, da Ciclocidade (Associação dos Ciclistas Urbanos de SP), ciclistas acabam andando na calçada por falta de escolha. "Lugar da bicicleta é na rua. Mas carros e ônibus não reconhecem esse direito."
Mas Mickenhagen lembra que a prioridade é do pedestre, sobretudo os mais velhos.
A Guarda Civil Metropolitana, que faz a segurança da avenida, afirma que não tem conhecimento de reclamações e que não há uma lei que impeça os skatistas lá.