Veja como foi o III Fórum Mobilize

Cidades, papel das iniciativas individuais, política e mobilidade urbana foram os principais pontos do debate, realizado na sexta, dia 5, na FGV, em São Paulo

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Regina Rocha  |  Postado em: 08 de setembro de 2014

Veja como foi o III Fórum Mobilize

Myssior, Dimenstein e Paiva, com a mediação de Sousa (esq.)

créditos: Diana Freixo

 

"Não adianta esperar que megaeventos, como a Copa do Mundo e a Olimpíada criem condições para a melhoria do ambiente urbano nas cidades brasileiras. As mudanças somente acontecerão se as pessoas tomarem suas iniciativas e pressionarem os governantes para investir em projetos de mobilidade urbana, saneamento ou habitação". A opinião, de Sérgio Myssior, respondeu a um dos pontos em debate durante o III Fórum Mobilize, realizado na última sexta-feira (5), com a participação do arquiteto e urbanista mineiro, do jornalista Gilberto Dimenstein e do ativista Lincoln Paiva, diretor do Instituto Mobilidade Verde. 

 

O encontro foi aberto por Renato Miraglia, diretor e um dos fundadores do Mobilize e por Maria Piza, do Centro de Estudos de Sustentabilidade da FGV, seguidos por uma emocionante participação via skype de Ricky Ribeiro, criador e principal animador do portal. 

 

Em seguida, o jornalista Eduardo Dias, autor do blog Mobilize Europa, falou da campanha Sinalize!, ação voltada a estimular a sinalização para pedestres, ciclistas e usuários do transporte público. Du Dias mostrou vários exemplos, em países da Europa, onde a sinalização cumpre um importante papel de orientar e educar as pessoas para a convivência pacífica no trânsito.

 

Na sua palestra, Sergio Myssior, que é comentarista CBN Mais BH, traçou um panorama do país, com dados sobre crescimento, saneamento básico, urbanização, déficit habitacional... vinculados aos problemas da (i)mobilidade urbana, conforme demonstrou. Congestionamentos, acidentes e perdas econômicas provocadas pelo trânsito caótico fazem parte desse contexto do aumento no uso do carro particular, que também tem a ver com o crescimento urbano desordenado e a baixa qualidade do transporte público oferecido, observou. 

 

Ao falar do BRT mineiro, inaugurado há pouco na capital, o arquiteto causou perplexidade no público do Fórum. Ele explicou que em BH funcionam dois sistemas  - um municipal (BRT Move) e outro estadual (região metropolitana) -, em total falta de conexão. "Embora construídas próximas, para migrar de uma estação a outra do BRT o usuário é levado a fazer uma via crucis por rampas e mais rampas, cruzar a avenida e acessar o outro sistema pagando nova passagem. Fica a lição: mobilidade é mais do que ligar um ponto a outro; o que importa é o percurso, que deve ser agradável e permitir o desfrute da cidade", diz Myssior.

 

Veja no Mobilize, na área de Estudos, a apresentação da palestra de Sérgio Myssior, na íntegra.



Lincoln Paiva fala sobre os projetos de transformação das cidades. Foto: Diana Freixo

 

Nesse sentido foram os exemplos trazidos pelo diretor do Instituto Mobilidade Verde, Lincoln Paiva. Depois de mostrar lugares transformados, como uma espécie de "minhocão", que foi derrubado e deu lugar a um parque linear em Seul (Coreia do Sul), a verdejante cidade de Porland (EUA), onde as pessoas rejeitaram a construção de uma rodovia que cruzaria a cidade e com isso ganharam mais qualidade de vida no ambiente urbano. Lincoln falou sobre as recentes experiências brasileiras com a construção de pocket-parks e  parklets, na cidade de São Paulo, onde a prefeitura deseja implantar mil desses equipamentos desse tipo. 

 

Último palestrante, Gilberto Dimenstein foi buscar nos escritos talmúdicos a explicação para o papel que a cidade desempenhou – e continua a ter – no desenvolvimento do conhecimento humano. Daí, a importância de valorizar o ambiente urbano não apenas como local de passagem, mas como centro de convivência, de troca, de compartilhamento. Numa analogia à forma como as pessoas hoje compartilham informações usando as redes sociais, Dimenstein atribuiu à cidade esse papel disseminador do conhecimento, que permite saltos na ciência, nas artes, no conhecimento. Ao falar do papel que jogam as iniciativas individuais, Dimenstein citou o urbanista Jaime Lerner para apresentar o conceito de “acupuntura urbana”, pequenas intervenções localizadas, em vários pontos da cidade, mas que têm a capacidade de dinamizar o corpo como um todo, tal como as agulhas da medicina tradicional chinesa.

 

O debate foi aberto pelo mediador, o jornalista Marcos de Sousa, editor do Mobilize Brasil, e teve expressiva participação do público, em sua maioria especialistas em mobilidade urbana. Além dos presentes, o Fórum foi acompanhado por 370 internautas de várias partes do país. O vídeo completo do III Fórum Mobilize estará disponível a partir da próxima semana.

 

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