Ativistas pedem mais ciclovias na periferia de São Paulo

Cresce o número de ciclistas na periferia de SP, mas rede cicloviária restringe ligações entre os bairros. Movimento pede prioridade a essas regiões mais distantes

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Marcos de Sousa/ Mobilize  |  Postado em: 31 de julho de 2015

Ciclovia na periferia

Ciclovia na periferia: movimento dos bairros paulistanos

créditos: Roberson Miguel / Ciclo ZN


Uma campanha do coletivo Ciclo ZN, de São Paulo, está reivindicando maior atenção das prefeituras da Região Metropolitana para a implantação de ciclovias e ciclofaixas nas áreas periféricas, onde as bicicletas são utilizadas massivamente no transporte diário.

 

O ativista Roberson Miguel lembra, por exemplo, que a zona norte de São Paulo é a que ostenta o maior número de acidentes fatais com a taxa de 2,6 mortes por 100 mil habitantes, segundo um relatório publicado pelo portal UOL em 2013. "O trabalho foi baseado em dados da CET e comprova que na região há um grande número de ciclistas que correm riscos no trânsito. Isso em si já justifica a ampliação da rede cicloviária nesses bairros", argumenta Miguel.
 

 

Gráfico: mortes de ciclistas por 100 mil habitantes - Fonte: UOL 2013
 

Ele explica que os ativistas do Ciclo ZN participaram ativamente das discussões do Plano de Mobilidade de São Paulo (PlanMob) e ficaram surpresos ao ver que a proposta final do plano atendia muito pouco às demandas da zona norte. "Quando vimos o que estava no plano marcamos uma conversa com a equipe técnica que faz o planejamento cicloviário de São Paulo e mostramos algumas rotas possíveis, trajetos que evitam as áreas mais acidentadas", explica Roberson Miguel.
 

Em sua visão, faltam ligações que permitam a circulação entre os bairros, como é o caso da trabalhadora Roseli Gomes dos Santos, entrevistada na reportagem da TVT (veja o vídeo). "O plano está ligando bairros ao centro, mas faltam conexões com os terminais de transportes e também ciclovias entre os bairros". Como exemplo, ele lembra que a Ciclo ZN sugeriu um trajeto entre o Jardim Helena, na zona leste, e o Jardim Damasceno, extremo noroeste da cidade, numa rota plana, que circula pelos vales e evita grandes aclives.




Ainda na zona norte da capital, Miguel cita o Viaduto Curuçá, sobre a Via Dutra, que liga uma área muito populosa ao centro da Vila Guilherme. Lá, em certos horários, mesmo antes da implantação das ciclovias, uma das pistas era naturalmente ocupada por ciclistas transportando crianças, voltando das compras, ou seguindo para o trabalho. "Logo que a CET pintou a ciclofaixa ela foi tomada por um volume ainda maior de ciclistas", explica.

 

Alternativas e protestos
O representante da Ciclo ZN admite que algumas vias da cidade não têm largura suficiente para receber ciclovias, mas nesses casos ele sugere que a velocidade do tráfego seja regulamentada a no máximo 40 km/h, de forma a permitir a circulação de pedestres e ciclistas com mais segurança e conforto.

Presentes na inauguração da ciclovia da avenida Paulista, em junho passado, os ativistas preparam agora novas manifestações, a próxima em agosto (dia 23), quando será inaugurada a ciclovia da av. Bernardino de Campos, continuação da Paulista. "Sabemos que a prefeitura tem limitações de recursos para completar a meta dos 400 km de ciclovias até o final de 2015 e tememos que algumas obras planejadas sejam adiadas, deixadas para uma nova gestão. Queremos que a prefeitura priorize a periferia", completa Roberson Miguel.

 

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