Como os sistemas de aluguel de bicicletas mudam as cidades?

No mês que vem, um assim chamado "novo meio de transporte" será lançado em Copenhagen: a bicicleta

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Fonte: The City Fix Brasil  |  Autor: Da redação  |  Postado em: 29 de outubro de 2013

Hora do rush em Copenhagen

Hora do rush em Copenhagen

créditos: Mikael Colville-Andersen

 

Este artigo foi publicado originalmente pelo The Economist, em 22/10/2013

 

No mês que vem, um assim chamado “novo meio de transporte” será lançado em Copenhagen: a bicicleta. O GoBike, mais recente sistema de aluguel de bicicletas da Europa, terá bicicletas com pequenos tablets acoplados que apontarão ao ciclista os melhores restaurantes locais, mostrarão promoções do comércio próximo, além dos horários de trem.  O aluguel de bicicletas está acelerando a marcha: parece que todo prefeito que se preze está desenvolvendo um sistema de aluguel ou anunciando a expansão do que já existe. Qual o impacto disso no desenvolvimento das cidades?

 

O compartilhamento de bicicletas teve início nos anos 1960 quando 50 “bicicletas de graça” foram espalhadas por Amsterdã. Elas foram imediatamente roubadas. Mas depois desse começo gradual o sistema floresceu. Ao longo da última década, o número de sistemas de aluguel de bicicletas decuplou – o aumento foi de dez vezes. Os sistemas agora já estão em mais de 500 cidades em 50 países, de Dubai ao Hawaii. Cada um funciona dentro do simples princípio de que um usuário pode pegar uma bicicleta em uma estação e depois devolvê-la em outra. Os primeiros 30 minutos normalmente são gratuitos. Os sistemas de mais sucesso têm uma larga frota de bicicletas, diversas pequenas estações e algumas superestações em lugares de alto fluxo de pessoas, como estações de trem e metrô. O monitoramento eletrônico pode mostrar os pontos altos e baixos do tráfico de bicicletas pelas cidades, permitindo uma melhor distribuição e planejamento das estações.

 

Da mesma forma que o transporte público de massa mudou o desenvolvimento dos subúrbios das cidades, os sistemas de aluguel de bicicletas estão agora mudando as áreas centrais de maneiras sutis. Um “censo ciclístico” em Londres revelou que no horário de pico da manhã, quase metade do tráfico na direção norte da cidade, cruzando três das principais pontes, era de ciclistas. Planejadores responderam costurando a cidade com ciclovias; e mais são propostas. Alguns prefeitos estão experimentando dias “só bicicleta”: a Cidade do México, que inesperadamente abriga um dos mais populares sistemas de aluguel de bicicletas, fecha para os carros sua rodovia central de oito pistas todos os domingos, para ira dos motoristas.

 

Corretores imobiliários estão notando também: assim como as casas próximas de estações de metrô tendem a liderar os preços, pesquisas agora sugerem que o acesso a ciclovias e a proximidade de estações de aluguel estão associadas a preços de aluguel mais altos. Finalmente, o aluguel de bicicleta abre partes das cidades que antes eram de difícil acesso ao transporte público, especialmente à noite, quando os serviços de trem e ônibus diminuem. Uma pesquisa de Susan Shaleen na Universidade da Califórnia, Berkeley, descobriu que em Montreal e Toronto quatro em cada dez pessoas compravam mais em lojas próximas a estações de aluguel bicicletas. Em Washington, oito de cada dez disseram se sentir mais propensos a visitar negócios, lojas ou restaurantes com fácil acesso às estações de aluguel.

 

Ao mesmo tempo em que os pesquisadores começam a compreender o impacto do aluguel de bicicletas, os próprios sistemas continuam a evoluir rapidamente. Novos desenvolvimentos incluem bicicletas muito mais baratas, já em uso em Berlim, que podem ser localizadas pelo celular. Outra ideia promissora é a introdução de bicicletas elétricas, para jornadas mais longas ou íngremes. Essas inovações poderiam ajudar a estender os sistemas de aluguel de bicicletas para além de seus usuários cativos, que são em sua maioria jovens e relativamente em boas condições financeiras. O aluguel de bicicletas é apenas uma parte de um movimento mais amplo em direção a formas alternativas de transporte em cidades cada vez mais populosas, mas pode ser uma parte importante. Como conclui a Conferência de Prefeitos dos Estados Unidos do ano passado: “comunidades que investiram em projetos para pedestres e ciclistas beneficiaram-se com uma melhor qualidade de vida, uma população mais saudável, mais opções para deslocamentos locais e a redução da poluição do ar”. É hora de seguir os holandeses.

 

Sobre o GoBike:

 

 

Traduzido por TheCityFix Brasil.

 

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