VLT de Fortaleza será entregue ainda com obras por terminar

Governo do Estado afirma entregar VLT antes da Copa do Mundo, mesmo sem obra estar concluída. Somente seis estações devem ficar prontas

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Fonte: O Povo  |  Autor: Samaisa dos Anjos  |  Postado em: 11 de abril de 2014

Segundo a Seinfra, 50% das obras civis do VLT fora

Segundo a Seinfra, 50% das obras civis do VLT foram feitas

créditos: Mauri Melo

 

Para entregar o VLT Parangaba-Mucuripe até o início da Copa do Mundo, o Governo do Estado deu um “jeitinho”: o equipamento usará a linha férrea do trem de carga que existe no mesmo trecho, uma vez que a linha própria não ficará totalmente pronta a tempo.

 

Segundo a Secretaria da Infraestrutura (Seinfra), a população poderá usar o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) a partir do dia 31 de maio. O percurso total, de 12,7 quilômetros, estará disponível, mas os passageiros só poderão utilizar seis das dez estações do projeto. O restante da obra ficará pronta posteriormente ao Mundial, ainda sem prazo definido.

 

Com a forma de operação temporária, a linha férrea terá uso alternado entre o VLT e o trem de carga. Segundo a Seinfra, a medida foi tomada para que seja possível realizar a operação assistida dos veículos. “A expectativa era que o empreendimento fosse entregue no fim de 2013, mas por conta de intercorrências comuns para esse tipo de obra, o prazo foi prorrogado”, indicou a nota do órgão.

 

Como já acontece com a linha do metrô, a operação assistida será gratuita. Dos oito veículos do VLT, dois estão prontos e em Fortaleza. Os outros ainda estão em fabricação. Segundo a Seinfra, essa questão não resulta em problema, pois vagões reservas do metrô podem ser usados.


Obras

Segundo o órgão, atualmente 50% das obras civis do VLT foram feitas. Em trecho próximo à rodoviária, está sendo construído um mergulho para que a avenida Borges de Melo passe por baixo da linha férrea, permitindo que a operação não impeça o fluxo da via. Atualmente, segundo a Seinfra, as paredes convencionais e as muretas guia estão sendo construídas no local. Mesmo que a obra não seja finalizada, a operação acontecerá com passagem em nível e interrupção do tráfego.

 

Em boa parte do percurso do VLT, é possível ver trabalho a ser feito. No bairro Itaoca, por onde trilhos passam e há a estação do Montese em construção, o clima é de incerteza sobre o funcionamento próximo. “Milagre só Jesus faz, agora maquiagem…”, comentou a comerciante e moradora da área, Cícera Silva, se referindo à entrega mesmo com obras por terminar.

 

Para a professora universitária Francisca Montezuma, que passa sempre na região, o equipamento pode ser um risco para a população, pois a pressa em entregar faz com que o trabalho, que teve muitos anos para ser realizado, frisa, seja mal feito. Ela lembrou a área próxima ao Castelão, que foi entregue, mas precisou ser refeita e terminada após a Copa das Confederações. “Até as obras que são para dar mais conforto à população são cheias de problema, não é um serviço de qualidade”, lamentou, lembrando os impostos pagos.

 

Números

R$ 273,9 milhões. Esse é o investimento no VLT. Desse total, R$ 3,3 milhões com projetos, R$ 92,2 milhões com desapropriações e R$ 178,4 com obras.

 

2.255. Foi o total de metros de arrimo construído no percurso do VLT. O maior trecho está entre as estações do Mucuripe e do Papicu, com 1.018 metros.

 

12,7 km. Essa é a extensão do ramal Parangaba-Mucuripe. 1,4 km são em estrutura elevada.

 

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