Nova licitação deve viabilizar mais de 20 km de ciclovias em Manaus

Proposta visa ligar zonas Sul e Oeste e inclui ciclovia na Zona Centro-Sul. Grupo de ciclistas quer expor ideias e reivindica participação no projeto

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Fonte: G1  |  Autor: Suelen Gonçalves e Leandro Tapajós  |  Postado em: 31 de julho de 2015

Ciclovia da av. das Torres deve ficar pronta neste

Ciclovia da av. das Torres deve ficar pronta este ano

créditos: Seminf/Divulgação

 

Novas ciclovias devem ser construídas para dar continuidade ao trecho da Avenida Boulevard Álvaro Maia, na Zona Centro-Sul de Manaus, ainda esse ano. A Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf) informou que uma nova licitação deve ser aberta a partir do mês de agosto. Segundo a Seminf, após o início dos trabalhos, as obras têm previsão para durar 120 dias.

 

De acordo com a Seminf, o projeto vai aumentar em mais de 20 km os trechos para uso restrito de bicicletas nas ruas da capital. O projeto é implantar ciclovias nas Zonas Sul, Oeste e Centro-Sul. Uma das obras está prevista para iniciar na Marina do Davi, na Ponta Negra, passando pelas Avenidas Coronel Teixeira e Brasil, na Compensa, até chegar a ciclovia do Boulevard. A outra obra deve ligar um trecho da Bola do Mindu até a Avenida das Torres. Atualmente, a cidade possui uma ciclovia no Boulevard, com 2,3 km de extensão, além de uma ciclofaixa de 3 km na Avenida Nathan Xavier Albuquerque, na Zona Norte.

 

"A gente é super a favor da continuidade das obras, elas têm que continuar. Aquele trecho que foi construído, do jeito que está, não liga nada a nada. Ele não é funcional. A prefeitura tem que continuar aquela obra. Só que, desta vez, a gente gostaria de ter acesso aos órgãos decisórios, aos projetos, ter acesso aos cronogramas para não acontecer os mesmos erros que aconteceram com aquele trecho do Boulevard", disse. A construção de ciclovias nas ruas e Manaus é uma reivindicação antiga de grupos de ciclistas. Paulo Aguiar, coordenador do grupo Pedala Manaus, criticou as ciclovias existentes, mas destacou a importância de novas obras para promover o modal na cidade.

 

Ele defende ainda a construção de ciclovias em pontos onde há demanda de uso de bicicletas. "A prefeitura tem que tomar o cuidado de instalar essas estruturas cicloviárias em ruas ou avenidas que sejam cicláveis e que possuam uma quantidade de pessoas e ciclistas que usem a bicicleta como meio de transporte. Tem que se fazer pesquisa de origem-destino, contagem de bicicleta, levantamento de fluxo para poder identificar a ciclovia, ou a ciclofaixa", afirmou Aguiar.

 

Para o doutor em engenharia de transportes e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Geraldo Alves, alguns trechos da obra entregue dificultam o tráfego de usuários de cadeiras de rodas e ciclistas. A promoção de campanhas educativas também foi um dos pontos observados pelo coordenador do Pedala Manaus. Segundo ele, os ciclistas lutam para conquistar espaço em meio aos motoristas nas ruas de Manaus. "A ciclovia e a ciclofaixa são importantes, mas a campanha educativa de conscientização é fundamental também. Se os motoristas, os pedestres e os próprios ciclistas seguissem o que está na legislação de trânsito, se houvesse respeito, educação, cidadania, a gente não precisaria de ciclovia. Mais importante que a estrutura cicloviária é a convivência pacífica. A prefeitura tem que fazer junto um trabalho educativo", destacou.

 

No fim do mês de janeiro a ciclovia do Boulevard foi inaugurada. Segundo ciclistas que conversaram com a reportagem, oferece suposto risco por ser em cima de uma calçada e no meio de uma via com grande fluxo de veículos, além de não permitir a ligação entre outras ruas da cidade. "Aquela área, por ter um trânsito intenso, pode não ser uma boa escolha, mas a atitude de pensar na cidade como um local onde há outros tipos de meio de transporte, que não o carro, é muito boa", disse ao G1.

 

O projeto para implantação da ciclovia ligando a Zona Sul e Oeste foi anunciado pela prefeitura em julho de 2013. As obras foram iniciadas em março de 2014 e foram paralisadas em seguida. À época, a Seminf informou que a paralisação nas obras da ciclovia ocorreu por conta de adequações de projeto e definição de novos materiais.

 

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