Brasília segue sendo a cidade do carro. Mas dá pé e pedal.

Na Semana da Mobilidade, Uirá Lourenço relata os problemas que continuam a desafiar pedestres e ciclistas na capital do país. Pouca coisa mudou nos últimos seis anos

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Fonte: Mobilize Brasil / Brasília para pessoas  |  Autor: Uirá Lourenço*  |  Postado em: 18 de setembro de 2017

Uirá Lourenço e sua família

Uirá e sua família pedalante em raro dia chuvoso na capital

créditos: Arquivo Uirá Lourenço

Nesta Semana da Mobilidade, o Mobilize Brasil completa seis anos de atividades. Concebido e dirigido por Ricky Ribeiro, o Mobilize começou a ser estruturado no final de 2010, mas somente em setembro do ano seguinte, exatamente nas vésperas do Dia Mundial Sem Carro, o portal nasceu para o público.Para marcar a data, publicamos a visão de alguns colaboradores e apoiadores sobre os avanços (ou retrocessos) obtidos pelo Brasil na área de Mobilidade Urbana Sustentável ao longo desses 2.200 dias. Continuamos a série com o texto de Uirá Lourenço, do blog Brasília para Pessoas.  

 "Brasília deveria ser exemplo em mobilidade urbana. A Esplanada dos Ministérios, onde fica a cúpula administrativa dos três Poderes da República, deveria ser a vitrine da mobilidade moderna e humanizada estabelecida na Política Nacional de Mobilidade Urbana.

No entanto, não se consegue sequer caminhar da rodoviária do Plano Piloto até a Catedral, numa distância inferior a 1 km. As calçadas deterioradas, a ausência de rampas e as ciclovias descontínuas dificultam a mobilidade saudável. Para piorar, o ser caminhante ou pedalante ainda encontra muitos carros no caminho, afinal se permite que se estacione livremente nas calçadas e nos canteiros, sem ônus (não existe “zona azul”).

Quanto ao transporte coletivo, uma das marcas registradas de Brasília é a precariedade do sistema, sem integração, sem informações e muitas vezes sem abrigo. À noite e nos finais de semana, os ônibus somem das ruas.  Apesar das promessas de expansão, o metrô empacou nos 42 km de extensão e as linhas de VLT não se concretizaram como legado da Copa do Mundo.  

Mesmo com o cenário desfavorável, dá para se virar bem de bicicleta na área central e, assim, evitar o caos automotivo. Nos trajetos diários de bicicleta, muitas árvores, aves e novas amizades."

 
*Uirá Lourenço é servidor público e ativista da mobilidade ativa. Dirige o blog Brasília para Pessoas

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