Transporte continua pesando muito no bolso de brasileiros

Gastos com transportes diários "roubam" até 1/5 da renda dos brasileiros, muito mais do que pagam moradores de grandes cidades do mundo

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Mobilize Brasil  |  Postado em: 01 de março de 2024

Passageiros desembarcam em terminal de Curitiba (P

Passageiros desembarcam em terminal de Curitiba (PR)

créditos: Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná

Desde 2012, o Mobilize Brasil procura publicar anualmente informações sobre as tarifas dos transportes públicos ao redor do mundo, comparando esses valores com as rendas médias em cada uma das cidades. A série foi interrompida entre 2020 e 2023 em função da pandemia de Covid, que de alguma forma desorgarnizou os sistemas de transportes e afetou também as tarifas praticadas.


Passado o período mais crítico, reunimos informações sobre todas as capitais brasileiras e também sobre algumas cidades ao redor do mundo. Os dados do Brasil foram obtidos diretamente com as prefeituras, enquanto as informações internacionais foram filtradas e editadas a partir da plataforma Numbeo.


Comparado ao salário mínimo de R$ 1.412,00 ou à renda média em cada capital brasileira, de forma geral o valor do transporte significa até quase 30% da renda mensal das pessoas, muitas vezes abaixo do salário mínimo oficial. Essa discrepância entre tarifa e renda é um dos principais fatores que explica a fuga contínua de passageiros dos transportes públicos para outros modos de mobilidade, como as motos e carros de aplicativos.



 

Como em todas as publicações anteriores, continua evidente que o transporte pesa bem mais para brasileiros do que para novairorquinos, parisienses, ou para um morador de Tóquio, no Japão, ou Shenzhen, na China. Mesmo comparando com cidades da América Latina, como Santiago, no Chile; Quito, no Equador; ou a Cidade do México, fica muito óbvia a desvantagem que os brasileiros enfrentam para usar o transporte coletivo.





Um exemplo foi a recente majoração das tarifas na região do Distrito Federal, onde a Agência Nacional de Trânsito Terrestre (ANTT) reajustou a tarifa do transporte semiurbano para localidades como Luziânia, Águas Lindas, Valparaíso e Planaltina para incríveis até R$ 11,70. O aumento provocou reações de vários setores, justamente porque as linhas afetadas atendem a trabalhadores de baixa renda, que trabalham em Brasília.

 

E a experiência internacional comprova que transporte público precisa ser confiável, seguro, confortável, pontual e muito eficiente, inclusive com tarifas adequadas, se possível gratuito e acessível. Exemplos emblemáticos são a riquíssima Luxemburgo, ou Montpellier, na França.


Fontes: IBGE | Pnad Contínua 2023; FGV Social; Numbeo Cost of Life; Prefeituras das capitais.


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