Tarifa de ônibus chega a R$ 11,70 na região metropolitana de Brasília

Aumento médio de 8,56%, válido a partir de domingo (25), afeta passageiros do transporte público que residem em municípios goianos próximos e trabalham no Plano Piloto

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Fonte: Jornal Opção/ Mobilize (ed.)  |  Autor: Raphael Bezerra/ Jornal Opção  |  Postado em: 23 de fevereiro de 2024

Fila para pegar ônibus metropolitano na rodoviária

Fila para pegar ônibus metropolitano na rodoviária do DF

créditos: Tony Winston/Agência Brasília

A Agência Nacional de Trânsito Terrestre (ANTT) anunciou nesta sexta-feira (23) o reajuste da tarifa do transporte semiurbano entre o Distrito Federal e o Entorno de Brasília. O serviço de ônibus atende localidades como Luziânia, Águas Lindas, Valparaíso, Planaltina e outras oito cidades de Goiânia, próximo à divisa com o DF, e que têm intensa movimentação de trabalhadores diariamente. 

 

De acordo com a nova tabela de tarifa, o valor pode chegar, a depender do trecho, a R$ 11,70. O aumento médio de 8,56% começa a valer neste domingo (25), e foi justificado pela “não recomposição devida” em anos anteriores.

 

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De acordo com a ANTT, em 2021 e 2022, durante o período em que administração do transporte da região esteve sob o comando do Governo do Distrito Federal (GDF), não houve as recomposições devidas, resultando em dificuldades operacionais das empresas prestadoras do serviço. “Esse processo leva em conta diversos componentes dos índices de reajuste, como combustível, óleo lubrificante e o IPCA acumulado de 4,621% no período de janeiro a dezembro de 2023”, diz o comunicado.

 

O senador Jorge Kajuru (PSB) solicitou ao ministro dos Transportes, Renan Filho, a prorrogação em pelo menos 180 dias do reajuste da tarifa do transporte semiurbano na região metropolitana. “Na condição de senador de Goiás, o que estou solicitando ao ministro é que adie o prazo. A passagem entre Entorno e DF chega ao cúmulo de um trecho custar cerca de R$ 11,00, tem cabimento? R$ 11, 00. Então, apenas estou fazendo o meu papel como senador de Goiás, preocupado com os 224 mil trabalhadores do entorno que vêm para Brasília todo dia”, assinalou o senador.

 

Grupo de trabalho articula solução

Titular da Secretaria de Estado do Entorno do DF, Maria Carolina Fleury considerou que o momento do aumento foi “inoportuno”, tendo em vista a discussão do grupo de trabalho (GT) que articula uma solução para o problema na região. “A gente já pediu a suspensão disso para o Ministério do Transporte num momento que o consórcio propõe uma solução para baratear a tarifa. Mas é uma decisão exclusiva do Governo Federal”, disse ao Jornal Opção.

 

Fleury explica que, apesar de não ter características de um transporte interestadual, devido a distância, por lei, a ANTT tem a responsabilidade exclusiva na operação e fiscalização do trecho. “Ela tem esse papel de fiscalização, mas acaba regulando e autorizando os aumentos”, conta.

 

Ações na Justiça e mudança na legislação

A secretária aponta ainda que há movimentação no grupo de trabalho para alterar a legislação e garantir um acordo de cooperação financeira entre a União, Governo de Goiás e o Governo do Distrito Federal, no sentido de obter subsídios para o transporte da região.

 

A expectativa do GT é que evoluam as discussões sobre a criação de um sistema de gestão compartilhada do transporte semiurbano, por meio da formação de um consórcio entre os Governos do Distrito Federal e Goiás, para beneficiar os usuários.

 

Comentário do Mobilize

Embora estejam fora dos limites do Distrito Federal, os trajetos por ônibus entre as cidades-satélites de Brasília e municípios goianos próximos são muito utilizados na mobilidade urbana, como revelou a reportagem que reproduzimos acima. 

 

Na opinião de Uirá Lourenço, do blog Brasília Para Pessoas e parceiro do Mobilize, a importância desses deslocamentos é significativa: "Trata-se de um transporte metropolitano, apesar de ser considerado interestadual e regulado pela ANTT. Um contingente considerável de trabalhadores mora em munícipios próximos de Goiás - cidades como Águas Lindas, Valparaíso e Luziânia - e trabalha na área central (Plano Piloto)", destaca.

 

Ainda segundo Uirá, os problemas de transporte e mobilidade entre esses municípios e a área central são graves: "E para piorar, existe o agravante da tarifa", diz. Sobre alternativas que poderiam minimizar o problema dos ônibus, ele lembra: "Há uma promessa antiga de retomar o transporte por trilhos (trem regional) para passageiros, que ajudaria muito. Mas nunca se concretizou."

 

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