De carro, ônibus ou metrô, todos terão como chegar ao mundo da Copa. Essa é a promessa do poder público. A infraestrutura viária de acesso anunciada pelos governos é forte, embora até agora, a 1.000 dias do mundial, pouca coisa tenha saído do papel. Mas tem o mérito de investir pesado no transporte público de qualidade, dar mobilidade à população, abrir caminhos, propondo a construção de vias largas, modernas, com ciclovias e corredores exclusivos de ônibus. Projetos, pelo menos no papel, de primeiro mundo. E o que é melhor: são equipamentos que permanecerão. O mundial passará e eles ficarão para o povo. A infraestrutura viária da Copa também levará o desenvolvimento à Zona Oeste do Recife e da Região Metropolitana, uma área carente de investimentos estruturadores. Representará a redenção da região.
Os acessos viários ao mundo da Copa compreendem cinco grandes projetos e totalizam mais de R$ 1 bilhão de recursos federais, estaduais e municipais. Os três níveis de gestão estão de mãos dadas no mesmo objetivo. A maioria das obras de infraestrutura que têm sido executadas no Grande Recife tem foco no mundial. Um exemplo é a Via Mangue, corredor expresso que está sendo construído com o objetivo de facilitar a mobilidade na Zona Sul da capital. Embora esteja distante de São Lourenço da Mata – a chamada Cidade da Copa – representará a ligação viária do polo hoteleiro da capital com o mundial.
O mesmo acontece com o Corredor-Norte Sul, via exclusiva para ônibus que vem sendo discutida muito antes da Copa, mas que será viabilizada com recursos do mundial. Ligará a Região Metropolitana Norte ao Centro do Recife, especificamente ao metrô, facilitando a chegada à Cidade da Copa. Mas, na prática, os grandes projetos viários que vão garantir o acesso direto ao mundo da Copa em Pernambuco são cinco, dos quais três priorizam diretamente o transporte público. Entre esses, o maior é o Corredor Leste-Oeste, eixo que ligará o Derby, na área central do Recife, ao Terminal Integrado de Camaragibe, que faz a integração com o metrô. O corredor será de BRT (Bus Rapid Transit), terá ônibus e estações climatizadas, embarque em nível e pagamento da passagem antecipada, agilizando a operação.
“O transporte público será o grande legado, o marco da Copa do Mundo para o Grande Recife. O turista irá usufruir desse novo sistema, assim como terá vias estruturadas para o automóvel. Mas os moradores é que serão os maiores beneficiados. Aproveitamos a realização do mundial para dar uma sacudida no transporte público. Esse é nosso grande mérito”, argumenta o secretário-executivo de mobilidade da Secretaria Estadual das Cidades, Flávio Figueiredo.
Tanto a Radial da Copa como a chamada 2ª Radial da Copa também têm espaço exclusivo para o transporte público. Embora tenham vias para carros, os projetos preveem faixas para os ônibus. A Radial da Copa terá, inclusive, o BRT como modelo de transporte. Serão 6,3 quilômetros entre a Avenida Belmino Correia, em Camaragibe, ligada ao terminal integrado ônibus-metrô, seguindo até a Cidade da Copa e a BR-408. Já a 2ª Radial da Copa, que terá o traçado definido até o próximo mês, ligará o Recife à mesma Estação Cosme e Damião do metrô, pela Várzea. Terá cerca de quatro quilômetros, com quatro faixas para carros e duas para ônibus.
Os outros dois projetos têm como foco o automóvel. Um deles é a duplicação de 41,8 quilômetros da BR-408, a que está mais adiantada e tem previsão de ter a primeira etapa concluída em maio do próximo ano. O segundo, voltado para o carro, fica em Camaragibe e ainda não está definido. Está sendo chamado de Binário da PE-05 e prevê a requalificação de vias paralelas à Belmino Correia. Embora não tenha corredor de ônibus, será implantado para receber o tráfego misto da Belmino Correia, que será excluído para permitir a operação do Corredor Leste-Oeste.