Hyperloop: uma nova forma de transporte?

Recém-instalada em Minas Gerais,a Hyperloop ja tem vários projetos nos EUA e França para transporte de cargas e passageiros

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Guilherme Pffefer/Mobilize Brasil*  |  Postado em: 26 de abril de 2018

Capsula de transporte do Hyperloop. Reprodução: Hy

Modelo de cápsula de transporte do Hyperloop

créditos: Reprodução: HTT

Elon Musk é um dos bilionários mais conhecidos no mundo. Ele lidera empresas com projetos ambiciosos, como Tesla, Space X e Solar City, The Boring Company e a Hyperloop Transportation Technologies (HTT). Como já divulgado pelo Mobilize, na primeira sexta feira deste mês (abril de 2018), a HTT anunciou a construção de um centro global de inovação e logística no município de Contagem, em Minas Gerais. A escolha do município se deve a sua posição privilegiada e ao fato de ter um dos maiores centros de distribuição de cargas do país, além de contar com uma grande concentração de indústrias.

 

Desde sua fundação, em 2013, a HTT vem focando em inovaçõesão que solucionem as questões de mobilidade, por meio através da criação de cápsulas movidas a altíssimas velocidades em um tubos subterrâneos a baixa pressão. e altíssimas velocidades. A equipe de trabalho já conta com mais de 800 funcionários em seis continentes. A empresa já conquistou oito contratos governamentais e 27 patentes registradas, que estão sendo desenvolvidas em diversos polos de inovação ao redor do mundo.

 

Segundo a HTT, a maior vantagem do Hyperloop em relação aos modelos convencionais de metrô e trem é a possibilidade de construir quantas estações forem necessárias. Além disso, suas estações são bem mais compactas do que as estações convencionais e suas dimensões reduzidas também ajudam a incorporá-las no meio urbano. Ainda segundo dados da HTT, as cápsulas também são mais baratas do que modelos para sistemas de trens de alta velocidade, como o proposto para a Califórnia. E sua eficiência energética também merece ser destacada, pois conforme dados do empreendedor, o HTT gera mais energia do que consome, graças a sistemas de geração fotovoltaica e de regeneração de energia, nas frenagens e desacelerações.

 

Dois modo: Loop e o Hyperloop
O funcionamento do sistema é dividido em dois modelos, o Loop e o Hyperloop. Os sistemas são semelhantes, porém o Loop é adequado para viagens mais curtas, enquanto o Hyperloop se ajusta melhor a distâncias mais longas. No sistema mais básico, o Loop, vai ser possível carregar de 8 a 16 passageiros em um veículo chamado Eletric Stake, que consiste em uma plataforma com rodas, movida a energia elétrica, e que alcança velocidades entre 200 a 240 quilômetros por hora.

 

Já o Hyperloop pode ser definido como um modo transporte público com cápsulas para até 40 passageiros.  Segundo a empresa, o sistema tem capacidade para alcançar velocidades superiores a 1.200 km/h, utilizando um sistema de propulsão e levitação magnética. Relatorios da Hyperloop Transportation Technologies indicam a capacidade para transportar 160 mil passageiros ou, no caso de cargas, 4 mil contêineres por dia.

 

Principais projetos
No dia 12 de abril a HTT anunciou a construção do primeiro trecho em escala real do Hyperloop para trânsito de passageiros e cargas, em Toulouse, na França. A primeira fase do projeto consistirá em 320 metros de tubo com diâmetro interno de 4 metros, com previsão de finalização para 2018. Já para o ano de 2019 é esperado um sistema com 1 km de comprimento e 5,8m de altura. Outro projeto, em Chicago (EUA), prevê a construção de uma linha expressa que ligará o aeroporto de O’Hare e o centro da cidade.

 

Transporte de aduelas para a construção da pista do Hyperloop em Toulosse, na França Foto: HTT


Los Angeles também autorizou a escavação de um túnel com 4,3  km de extensão entre a cidade e Culver City. O empreendimento, ainda em fase de projeto, vai testar a logística de construção e os quesitos de operação e segurança. Inicialmente, não será permitida a circulação de passageiros até a emissão de certificados adequados pela administração da região e outros órgãos competentes.

 

O projeto East Coast, também conhecido como DC-to-Baltimore Loop, consiste na construção de dois túneis subterrâneos paralelos ligando o centro da cidade de Washington ao centro de Baltimore. Vale ressaltar que também estão inclusas algumas estações intermediárias no caminho. A linha terá cerca de 56 km de extensão, com prazo entre 12 a 20 meses para a conclusão.

 

Caso o projeto saia do papel, a viagem levará apenas 15 minutos. Com isso, os projetistas esperam poder reduzir consideravelmente o nível de congestionamento na região. Não há, ainda,  previsão do valor da tarifa.



Mapa da linha do Hyperloop que ligará Washington DC a Baltimore. Reprodução: The Boring Company

 

Problemas
Uma das construtoras envolvidas na licitação, a The Boring Company, aponta o elevado custo de construção dos túneis como o principal fator para inviabilizar o projeto. Atualmente o custo médio dos projetos tem sido de US$ 1 bilhão por milha escavada. Algumas possíveis soluções para a redução do custos são a redução do diâmetro dos túneis  escavados e aprimoramento da Tunnel Boring Machine (TBM), o equipamento de escavação.


Outro problema, comum em obras de escavação é o que fazer com a terra retirada, o que geralmente demanda muito tempo e custo, além de possíveis prejuízos ao meio ambiente. A The Boring Company está pesquisando processos que permitam transformar a terra escavada em tijolos para serem usados na obra. Questões como o enjoo devido às condições de transporte, ou como agir em casos de emergência e evacuação, também são pontos que precisar ser debatidos antes de se garantir um uso confortável aos passageiros. Os problemas foram debatidos em um evento realizado dia 11 de abril pelo American Enterprise Institute e transmitido ao vivo pela internet

 



*Guilherme Pfeffer, 25 anos, é estudante de Engenharia Civil e idealizador do blog City After Mobility, projeto que busca criar mais tempo com a família e amigos através da redução do tempo em que passamos no trânsito. Guilherme vive em Niteroi (RJ) e busca trazer soluções inovadoras para os problemas de mobilidade urbana. Veja mais em www.guilhermepfeffer.com

 

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