Com estações Pirajá e Bonocô, metrô de Salvador terá 12 km até agosto

Governador promete 41km de linhas até 2017. Obras da linha 2 devem ser iniciadas antes mesmo da conclusão da linha 1

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Fonte: Correio da Bahia  |  Autor: Gil Santos  |  Postado em: 29 de abril de 2015

Estimativa de 70 mil passageiros/dia

Estimativa de 70 mil passageiros/dia

créditos: Elói Corrêa/GOVBA

 

Até agosto, toda a primeira etapa da Linha 1 do metrô deve estar plenamente em operação. Em junho, será inaugurada a Estação Pirajá e, em agosto, a Estação Bonocô, entre Brotas e Acesso Norte. Segundo o governador Rui Costa, que promete 41 km de linha até 2017, 4,5 mil pessoas trabalham na conclusão das obras dessa etapa. “Não estamos apenas investindo em mobilidade, mas também em expansão urbana e geração de emprego”, diz.

 

A expectativa do governo é iniciar as obras da Linha 2 antes de concluir a Linha 1. No início deste mês, a Caixa liberou mais R$ 110 milhões para serem aplicados nas obras, que têm investimento total de R$ 3,6 bilhões. O governo aguarda também o aval da Caixa para poder realizar a licitação do segundo trecho da Linha 1, que vai até Cajazeiras. Segundo Rui, no novo trecho, entre Águas Claras e Pirajá, será construído “um grande empreendimento da iniciativa privada” que irá gerar 6 mil empregos, além dos postos de trabalho criados na construção.

 

Sexta estação é entregue

Aproveite até junho, que é de graça. Dentro de pouco mais de um mês, os usuários do metrô começarão a pagar pelo transporte. A informação foi divulgada ontem pelo governador Rui Costa, ao lado do ministro das Cidades, Gilberto Kassab, e do prefeito ACM Neto, durante a inauguração da sexta estação do modal, no Bom Juá, às margens da BR-324.  O dia do início da cobrança e o valor da tarifa ainda estão sendo avaliados.

 

Segundo a CCR Metrô Bahia, responsável pela implantação e administração da Linha 1 (Lapa-Pirajá), que agora conta com 9 quilômetros,  o novo trecho vai beneficiar cerca de 70 mil pessoas, que passarão a poupar tempo, dinheiro e paciência. “Hoje, eu pago R$ 3 para ficar 40 minutos dentro de um ônibus lotado. Agora, vou gastar 15 minutos, no ar-condicionado e de graça”, gabou-se o vendedor Alex Anunciação, morador do Bom Juá.

 

Apesar da comemoração de Alex, o governador já avisou: a tarifa chega junto com as festas juninas e a conclusão de mais um trecho. “A partir da Estação Pirajá, a cobrança será ativada, afinal, é o que sustenta o projeto. O valor ainda está sendo definido com a negociação da integração e, nos próximos dias, isso será anunciado”, garantiu.

 

Quando a estação do metrô de Pirajá  estiver pronta, a Linha 1 atingirá 12 quilômetros de extensão. Além do novo terminal metroviário, o terminal de ônibus no local também passa por reforma, e deve ser entregue em setembro.

 

Bom Juá

A estação que começou a operar ontem, ao meio-dia, tem 5.150 metros quadrados e está equipada com rampas, elevadores, escadas rolantes, piso tátil e sinalização tátil no corrimão das escadas para atender pessoas com necessidades especiais. O local vai funcionar de segunda a sexta-feira, entre 8h e 18h, e aos sábados entre 8h e 13h. A expectativa é de que o local atenda, sobretudo, os moradores de Fazenda Grande do Retiro, São Caetano, Calabetão, Mata Escura, Arraial do Retiro, Barreiras, São Gonçalo e do próprio Bom Juá.

 

Em pé, do lado de fora do portão do terminal, Genival Carlos Rocha, 36, aguardava a abertura oficial da estação, ontem. Ele tirou a tarde de folga para levar a filha de 3 anos e a esposa para passear. “Vamos no Dique do Tororó fazer um passeio. Íamos de ônibus, mas começou a chover e a gente ficaria preso no trânsito. Preferimos o metrô”, comentou.

 

Teve até quem abdicasse do automóvel para aderir ao novo meio de transporte. Foi o caso do comerciante Manoel Messias, 49, que pega engarrafamento todo dia para ir ao trabalho, no Centro, e ao voltar para casa, no Bom Juá. “Tenho carro, mas não vou usar mais. Para ir no Centro não precisa mais. Pego aqui (o metrô) e desço no Centro. Pra que coisa melhor? Carro, só para praia, agora”, brinca Manoel.

 

Paralela

A construção da Linha 2 do metrô, que vai ligar a Rótula do Abacaxi a Lauro de Freitas, através da Avenida Paralela, depende apenas do alvará da prefeitura, para se estender até a região da rodoviária – algumas intervenções já começaram a ser feitas até a frente do Detran. De acordo com o prefeito ACM Neto, para liberar o documento é necessário que a CCR  apresente um plano sobre as intervenções no tráfego da cidade.

 

“Separei as questões do trânsito em duas etapas: primeiro, as emergenciais, o que terá impacto em dois anos, e depois as futuras. Ou seja, uma vez implementado o metrô, o que tem que ser feito para que a Paralela continue tendo trafegabilidade”, explicou o prefeito, segundo o qual, para que o alvará provisório possa ser concedido, “basta que haja um entendimento em torno da operação emergencial”.

 

Ainda segundo ele, os detalhes estão sendo discutidos com a concessionária e a estimativa é de que o alvará seja liberado em até duas semanas. “Uma vez apresentado esse plano, em 15 dias a gente pode conceder o alvará, mas é preciso apresentar e validar o plano”, completou Neto.

 

O prefeito ainda comentou que a integração entre os ônibus municipais e o metrô depende da negociação do valor da passagem. Prefeitura, governo do estado e representantes das empresas de transporte também discutem o assunto. “As conversas estão avançando e a expectativa é de que até o meio do ano isso possa ser resolvido. O que depende da integração agora é resolver o valor da tarifa”, concluiu Neto.

 

VLT

Presente à inauguração da Estação Bom Juá, o ministro Gilberto Kassab destacou os esforços do governo federal para liberar os recursos do Veículos Leves sobre Trilhos (VLT), outro projeto de mobilidade para a capital. “O ministério já determinou à Secretaria de Transporte que a Caixa agilizasse os estudos no sentido de dar apoio à construção dessa linha que vai auxiliar em 18 quilômetros a malha de Salvador”, afirmou. O VLT vai ligar Paripe, no Subúrbio, ao Comércio, substituindo os trens. Colaborou Pedro Enrique Monteiro.

 

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