Projeto do Cais Mauá em Porto Alegre prevê calçadão e novas praças

Faixa para pedestres e ciclistas, com 3,2 km de extensão, é projetada à beira do Guaíba. Moradores são a favor da revitalização mas denunciam irregularidades no projeto

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Fonte: Jornal Já  |  Autor: Jornal Já  |  Postado em: 24 de novembro de 2015

Área prevista a pedestres e ciclistas à beirinha d

Área prevista a pedestres e ciclistas à beirinha do Guaíba

créditos: Divulgação Cais Mauá

 

O consórcio vencedor da licitação de revitalização do Cais Mauá de Porto Alegre projeta construir um calçadão que abarque toda a extensão do antigo porto da Capital, com 3,2 km desde a área próxima à rodoviária até a Usina do Gasômetro.

 

A estrutura margeará o Guaíba, contornando cada uma das docas onde serão construídas três torres comerciais – duas delas com altura equivalente a 100 metros –, correndo ao longo dos armazéns tombados e formando uma passarela externa entre o shopping center e o Guaíba, além de passar atrás da Usina do Gasômetro. 

 

Passarela será externa na área do shopping/Divulgação Cais Mauá 

 

Mas um grupo de moradores reunidos no coletivo Cais Mauá de Todos questiona o modelo de revitalização proposto. Eles consideram insuficiente os benefícios públicos do empreendimento, considerando que serão construídos três espigões, um shopping center e estacionamento para mais de 4 mil automóveis no complexo.

 

Além disso, salientam irregularidades nos contratos de concessão da área ao empreendedor privado, que estão sendo investigados pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS).

 

Revitalização da Orla

O programa urbanístico é bem abrangente. Após contornar a Usina do Gasômetro, o calçadão se unirá ao projeto de revitalização da Orla assinado pelo arquiteto Jaime Lerner, que prevê um deque contemplativo. Somando ambas intervenções, serão 4,5 km entre a rodoviária e a Rótula das Cuias onde será possível chegar na beirinha do Guaíba.

 

Segundo mapas disponíveis no site Viva Cais Mauá, mantido pelo consórcio, a “faixa contínua para pedestres e ciclistas”, como está sendo chamada pelo empreendedor, terá largura variável entre 8,7 metros e 20,4. Ao longo da área dos armazéns, o calçadão terá entre 16 e 17 metros de largura.

 

 

Sete portões, sendo três novos, darão acesso ao calçadão e ao complexo de lojas e restaurantes pretendido pelo empreendedor. Dos sete, quatro serão de acesso exclusivo de pedestres e os outros três, para automóveis.

 

Vídeo do projeto

Um vídeo postado na página do facebook do empreendimento detalha a ocupação dos espaços previstos no projeto. Na área dos armazéns,  prevê a demolição do conjunto A7, que não é tombado, e abre espaço para a construção do shopping. O consórcio prevê o aluguel do A6 para eventos (“casamentos, convenções e seminários”, segundo a narração). Entre os armazéns A5 e A1 serão distribuídas operações gastronômicas e lojas “com vista para o Guaíba”.

 

O Pórtico Central e os armazéns A e B estarão reservados para atividades vinculadas a cultura, lazer e arte popular. “Essa área estará disponível livremente para utilização pública”, reitera o vídeo.

 

Os armazéns que ficam à direita do Pórtico abrigarão uma praça de alimentação (B1), lojas de conveniência e serviços (B2) e o terminal hidroviário (B3), que já funciona operando o Catamarã.

 

O empreendedor avalia ainda a instalação de uma pista de skate para competição, circuito de motocross e bicicross, circo e parque de diversões. Também estão sendo cogitadas a realização de eventos temporários no local, como feiras orgânicas e lançamento de veículos e embarcações.

 

A estimativa do consórcio é que o complexo receba 12,5 milhões de visitantes por ano.

 

Praças

A apresentação audiovisual também destaca a construção de 10 novas praças e a recuperação de uma, cujas áreas somam 11 mil m². Ao todo, o complexo Cais Mauá terá uma área de 180 mil m², entre todas as novas construções e o passeio público.

 

Entre as praças, o empreendedor salienta a Edgar Schneider, que considera “um patrimônio cultural do Rio Grande do Sul”. Essa área verde fica atrás do edifício do antigo Frigorífico do Porto, que é tombado e será restaurado, abrigando um complexo para eventos.

 

Nela, há fontes e esculturas de formas clássicas que serão recuperadas, assim como os bancos de concretos e o paisagismo.

 

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