Neste final de semana, a cidade de Laore, no Paquistão, iniciou testes para o primeiro sistema de VLPs sem trilhos do país.
O Super Autonomous Rapid Transit (Sart) promete funcionar com trilhos virtuais, sobre o asfalto, tal como o veículo que em breve será testado em Curitiba (PR). O veículo Sart conta com uma tecnologia virtual de trilhos, que é guiada por sensores, GPS e mapeamento digital, permitindo que ele circule em vias comuns sem o custo da infraestrutura ferroviária. O sistema foi desenvolvido pela chinesa Norinco International.
A experiência inicial com esse híbrido de ônibus, bonde e trem foi realizada na capital do Punjab, com a participação da Ministra Chefe Maryam Nawaz, que viajou na composição sobre pneus. Para maior segurança, a viagem foi (e continuará sendo feita) com a presença de um condutor humano, condição que aproxima o Sart de um ônibus elétrico articulado, embora mais confortável e acessível.
Vídeo oficial divulgado pelo governo de Punjab
Na configuração padrão o veículo pode transportar até 320 passageiros em seus três carros, mas tem potencial para acréscimo de um quarto vagão, aumentando a capacidade para mais de 400 passageiros. Ainda conforme o governo, o Sart tem autonomia para percorrer até 40 km, mas as baterias podem ser recarregadas em estações de carga rápida, capazes de acrescentar mais 27 km de autonomia em apenas 10 minutos.
Avaliação e controvérsias
Após os testes na linha de Laore, o governo da província do Punjab planeja expandir o sistema Sart para outras duas grandes cidades do estado. Os sistemas de VLP com trilhos virtuais têm origem na China e já funcionam em cidades da Turquia e Emirados Árabes, além de localidades chinesas. Outros experimentos estão sendo realizados na Malásia e Austrália, com veículos da CRRC, mesma empresa chinesa que atenderá a cidade de Curitiba.
Sua principal vantagem, pelo menos teoricamente, é a possibilidade de implantação sem a necessidade de instalação de trilhos metálicos e redes elétricas aéreas. Mas alguns especialistas têm apontado as limitações do sistema, tal como sua capacidade de transporte de passageiros. Outro aspecto que pesa contra a solução é seu impacto sobre os pavimentos, nem sempre dimensionados para suportar trens com mais de 50 toneladas.
Leia também:
Curitiba vai testar bonde sem trilhos
São José dos Campos vai implantar frota elétrica de ônibus e VLPs
Prefeito do Rio reafirma seu projeto de trocar BRTs por VLTs
"Bondes" chineses sem trilhos seriam alternativa para as cidades?
Apoie o Mobilize Brasil
