Trens e ônibus devem ser desinfetados a cada viagem, sugerem especialistas

Contra o avanço do vírus, outra recomendação é que o transporte público evite o ar-condicionado e opte por manter janelas abertas, para maior troca de ar

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Regina Rocha/ Mobilize Brasil  |  Postado em: 13 de março de 2020

Funcionário desinfeta o metrô de Toronto, no Canad

Funcionário desinfeta o metrô de Toronto, no Canadá

créditos: CP24

O coronavírus avança, e hoje (13) pode alcançar a simbólica marca de 100 casos confirmados da doença no país. Em ambientes de grande circulação de pessoas, caso do transporte público, a preocupação se torna ainda maior. 

 

Para evitar a concentração do vírus Sars-CoV-2, causador do covid-19, no transporte público, o melhor é manter as janelas abertas. É o que afirma o pneumologista Almerio Machado Júnior, professor da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Publica, em matéria publicada  no jornal Correio 24 Horas. “Quando o coletivo é refrigerado, o vírus acaba circulando no ar por mais tempo, pois as janelas ficam fechadas e não há ventilação. Isso aumenta o risco”, explicou Machado.    

 

Essa visão é defendida ainda por outro especialista, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, que preferiu não se identificar. À reportagem do Mobilize, o virologista explicou que o ar de fora passa por uma reciclagem maior, e entra no ônibus "limpo" de contaminação, já que não sobrevive à forte radiação ultravioleta do sol.


Abrir as janelas
A medida já começou a ser adotada em algumas cidades do país, como é o caso de Porto Alegre (RS). Hoje (13) a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), com ciência e orientação da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), informou que os coletivos da capital gaúcha estão liberados para atender à solicitação. A determinação entra em vigor ainda nesta sexta-feira e se estende até nova determinação. Quanto aos veículos com ar-condicionado, a EPTC informou que esse coletivos serão readequados na frota. “Já conversamos com as empresas para que a preferência sejam os carros que possuem a possibilidade de circulação de ar”, explicou o gerente de Fiscalização de Transporte da EPTC, Luciano Souto, em entrevista ao jornal Correio do Povo.

Metrô e trens
Ambientes frios e fechados são potenciais facilitadores da propagação do vírus, que pode sobreviver por nove dias em apetrechos existentes em carros e estações, como corrimãos, bancos e balaústres de apoio, explica o especialista. "A cada viagem, todos os ônibus, trens e metrôs deveriam ser desinfetados; com hipoclorito de sódio mesmo! É o que vem sendo feito na China, é o que temos que fazer também...", alertou o virologista da Universidade de São Paulo.

Mas essas medidas ainda não foram adotadas, pelo menos em São Paulo. Por meio de sua assessoria de imprensa, a Secretaria de Transportes Metropolitanos (STM/SP) informou que as operações de todos os seus sistemas de mobilidade - metrô, trens e ônibus - seguem o trabalho rotineiro de limpeza diária. "A orientação é a de evitar o pânico e orientar as pessoas para que adotem os hábitos de higiene sugeridos pela área de saúde: lavar as mãos frequentemente, usar álcool gel, evitar tossir ou espirrar em ambientes públicos, e procurar os serviços de saúde caso os sintomas da Covid-19 se manifestem, explicou a assessoria em contato telefônico. 

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