Trens no Rio inovam com sistema de inspeção de rede rápido e eficiente

Solução inédita no país, trazida da Austrália, utiliza equipamentos remotos que aceleram e aperfeiçoam a inspeção da rede aérea dos trens para evitar falhas

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Fonte: Folha de S. Paulo  |  Autor: Marcelo Toledo  |  Postado em: 18 de agosto de 2022

Trem da SuperVia, que opera 270 km de trilhos no R

Trem da SuperVia, que opera 270 km de trilhos no Rio

créditos: Divulgação/ SuperVia

Os trens que operam na região metropolitana do Rio de Janeiro passaram a contar com um novo sistema de inspeção da rede aérea de energia que abastece o trem, mais rápido que a inspeção humana e que gera economia de recursos.

 

O sistema de detecção de colisões de pantógrafos está em operação desde junho na SuperVia, concessionária que administra 270 km de trilhos no Rio e em outras 11 cidades.

 

O sistema monitora a catenária, cabo da rede aérea que fica em contato com os pantógrafos do trem, transmitindo energia para os veículos, e tem condições de inspecionar todos os trechos em sete dias, ante os 22 meses necessários para a inspeção humana.

 

Acelerômetros

Similar a um tablet, o equipamento é instalado sobre os trens, fixado aos pantógrafos, e composto por acelerômetros, câmera, geolocalização, módulo de entrada, módulo de processamento e placas solares para garantir o funcionamento ininterrupto.

 

Os acelerômetros medem a intensidade do impacto entre pantógrafo e catenária e envia os dados para um serviço em nuvem que disponibiliza as informações tratadas, com precisão e por vídeo, dos pontos onde ocorreram os impactos mais relevantes.

 

A diferença de tempo entre os dois modelos, de acordo com Wladimir Amorim, gerente de sistemas elétricos da SuperVia, ocorre porque a inspeção humana depende de uma complexidade de ações, como planejar o acesso dos técnicos aos trechos, ter uma limitação de horários para a prática e pelo fato de a inspeção visual não ter a mesma qualidade de detalhes.

 

"Em 2010, tivemos dez eventos [falhas] e, em 2021, nove. Eles resultam em paralisação do sistema e transtorno para os usuários, porque dependendo do local fecha até duas linhas, além do custo em cima disso", afirmou Amorim.

 

O custo médio de cada um dos problemas é de R$ 250 mil, o que fez a empresa buscar na Austrália o equipamento inédito em sistemas de trem no país. Ele já é usado, além da Austrália, na Nova Zelândia, Bélgica, Holanda e EUA.

 

Foram detectados 17 eventos de média e alta complexidade nos testes, que gerariam mais de R$ 4 milhões em prejuízo se chegassem a ser efetivamente um problema. O equipamento foi locado por um ano por R$ 292 mil.

 

"A ideia é trabalhar não na falha, mas na detecção. A gente roda os 245 km de ferrovias eletrificadas toda semana. Antes, agia quando acontecia, agora é preventivamente", explica o gerente da SuperVia.

 

São transportados diariamente, em média, 350 mil passageiros nos trens operados pela concessionária, segundo a SuperVia. Antes da pandemia, a média era de 600 mil.

 

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